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Notícias / Arqueologia

Porque os pescadores da África Oriental continuam usando barcos de madeira?

Pesquisa investigou as técnicas náuticas da região, assim como o que está por trás delas

Ingredi Brunato, sob supervisão de Isabela Barreiros Publicado em 16/05/2022, às 12h20 - Atualizado em 17/05/2022, às 11h00

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Fotografia de um "ngalawa", um dos barcos estudados - Divulgação/Lucy Blue
Fotografia de um "ngalawa", um dos barcos estudados - Divulgação/Lucy Blue

Com o avanço das tecnologias usadas na construção de embarcações, houve no passado a previsão de que os barcos de madeira desapareceriam. 

E, de fato, os meios de transporte marítimos que ainda são feitos do material diminuíram drasticamente — contudo, em regiões como o Canal de Zanzibar, localizado no oceano Índico, ainda é possível encontrar diversos exemplos.

Para entender os motivos por trás da questão, uma equipe colaborativa de pesquisadores da Inglaterra e da Tanzânia  realizou uma investigação científica cujos resultados foram publicados na revista International Journal of Nautical Archaeology.

Mistura entre passado e presente 

É importante destacar que os barcos utilizados pelos pescadores comerciais da África Oriental não são uma janela para o passado: eles incluem tecnologias de propulsão, geradores elétricos portáteis e motores modernos. 

Com esses equipamentos recentes, aliás, também vêm técnicas de pesca contemporâneas, tal como o uso de luz artificial para atrair peixes, conforme informações repercutidas pelo Phys.org. 

Assim, seu único ponto de constância com o restante da vasta história náutica da humanidade é a presença da madeira, que aparece em vários tipos diferentes de embarcações. Alguns dos tipos analisados pelo artigo são o ngalawa, dingi e ngwanda. 

Fotografia de ngalawa / Crédito: Divulgação/ Lucy Blue

"Encontramos pescadores, marinheiros e oficiais marítimos com opiniões claras e curiosidade sobre as dimensões históricas e culturais de suas embarcações", apontou John P. Cooper, que esteve envolvido na pesquisa.

Muitos expressaram uma vontade não sentimental de dispensar o que viam como tecnologias complicadas e limitantes, como as velas, para outros mais facilitadores, como o motor de popa, se suas circunstâncias econômicas pessoais permitirem", continuou ele. 

Dessa forma, o uso de madeira para a construção dos barcos, que, assim como o caso da utilização de velas em vez de motor, também diminui a eficiência das embarcações, viria de fatores econômicos. 

Os especialistas citam entre esses o preço dos materiais, as políticas nacionais de manejo florestal e até mesmo a presença ou falta de oportunidades de emprego em outras áreas do mercado.  

+ Para conferir o estudo na íntegra, clique aqui


Errata: Na primeira versão desta notícia, foi escrito "África Ocidental", quando o certo era "África Oriental". Posteriormente, a nota atualizada para a informação correta.