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Potencial de vida em Vênus é detectado por astrônomos

A pesquisa da Universidade de Cardiff sugeriu que a existência do gás fosfina na atmosfera venusiana poderia ser pontapé para sinal de vida no planeta

Giovanna de Matteo Publicado em 14/09/2020, às 13h41

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Estrutura das nuvens na atmosfera do planeta Vênus, revelada pelas observações em ultravioleta da sonda "Pioneer Venus Orbiter" - Wikimedia Commons
Estrutura das nuvens na atmosfera do planeta Vênus, revelada pelas observações em ultravioleta da sonda "Pioneer Venus Orbiter" - Wikimedia Commons

Pesquisadores do Reino Unido e dos Estados Unidos identificaram o que pode ser a primeira evidência de vida fora da Terra. O estudo publicado nesta segunda-feira, 14, no periódico científico Nature Astronomy envolve uma pesquisa sobre as nuvens do planeta Vênus, onde se descobriu a existência de um composto chamado fosfina, ou hidreto de fósforo (PH3), na atmosfera venusiana. As informações são da Folha de São Paulo.

Os dados dos marcadores da fosfina em Vênus indicaram uma presença de 20 partes por bilhão na camada superior de nuvens, a uma altitude entre 53 e 62 km da superfície. Fosfina, por si só, seria uma evidência pobre de vida, e já foi achado em outros planetas do Sistema Solar. Na Terra, esse é um gás produzido predominantemente por bactérias anaeróbicas, porém, ainda não se sabe o que está gerando esse gás em Vênus.

O que torna este resultado particularmente curioso é o fato de que o ambiente na alta atmosfera de Vênus é extremamente ácido, o que tornaria as moléculas de hidreto de fósforo facilmente destruídas muito rapidamente.

O fato desse gás continuar existindo mesmo sob um ambiente não compatível sugere que há uma fonte muito boa que reabastece constantemente o ar venusiano com essa molécula.

“Eles são bem cautelosos, apontam que há problemas conceituais substanciais sobre a ideia de vida em Vênus, o fato de que o ambiente é extremamente desidratante e superácido”, avalia Ivan Glaucio Paulino Lima, astrobiólogo brasileiro no Centro Ames de Pesquisa da Nasa, não envolvido com o estudo.

O maior drama da pesquisa é por que, se existir uma biosfera venusiana, ela permanece em suspensão na alta atmosfera, sem nenhum contato ou troca relevante com o solo esterilizante, algo que não existe no Planeta Terra.

No entanto, cientistas chegaram a pensar na hipótese das nuvens venusianas como um possível habitat para criaturas capazes de sobreviver a condições extremas, chamadas de extremófilos. Carl Sagan já expressou essa ideia no passado e, mais recentemente, Dirk Schulze-Makuch, também voltou a sugerir essa possibilidade.