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Notícias / Ciência

Primeira reconstrução canina revela animal doméstico de 4.500 anos

O cachorro, encontrado há 118 anos, foi agora reconstruído utilizando técnica de impressão 3D pelo Museu Nacional de Escócia

Alana Sousa Publicado em 18/04/2019, às 17h00

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Cão - Reprodução
Cão - Reprodução

O Historic Environment Scotland (Ambiente Histórico da Escócia) em parceria com o Museu Nacional de Escócia reconstruiu a face de um cão que viveu há 4.500 anos na Escócia, durante o Período Neolítico. O crânio foi um dos 24 fósseis encontrados em uma escavação nas ilhas Orkney, um arquipélago localizado na costa nordeste do país, em 1901.

Entretanto, apenas agora os cientistas decidiram reconstruir parte do animal, algo inédito na história. A tumba na qual os ossos foram retirados fazia parte de um ritual de enterro do Período Neolítico em Cuween Hill, nas ilhas Orkney. A incomum quantidade de cães enterrados em um mesmo local levantou a curiosidade dos pesquisadores na época, que logo perceberam que tais animais tinham uma grande importância para o povo escocês.

A reconstrução canina

A reconstrução visou trazer um entendimento maior sobre os animais, parte importante da cultura do local. “Olhar para este cão nos ajuda a nos relacionarmos melhor com as pessoas que cuidaram e veneraram esses animais, pessoas cuja ingenuidade e sofisticação tornaram Orkney um lugar tão importante no Neolítico e que nos deixaram um legado tão rico de monumentos hoje”, explicou Alison Sheridan, principal curadora de pesquisa arqueológica no Departamento de História e Arqueologia Escocesa do Museu Nacional da Escócia.

Para realizar a reconstrução facial, o crânio foi primeiramente escaneado por tomografia computadorizada pela equipe do Serviço de Diagnóstico por Imagem da Escola de Estudos Veterinários da Universidade de Edimburg. Depois, a artista forense Amy Thornton utilizou impressão 3D para criar um modelo realista da cabeça do cão, construindo músculos, pele e pêlos.

O monumentos deixados pelo povo de Cuween Hill

“Esta reconstrução tem sido um projeto particularmente interessante de se envolver, pois marca a primeira vez que empreguei métodos forenses, que normalmente seria usado para uma reconstrução facial humana e aplicada a um crânio animal”, conta Amy Thornton.

Após a reconstituição ser finalizada foi possível observar um animal que se assemelha mais a um lobo do que os atuais cachorros domésticos: “Do tamanho de um grande collie (raça de cães de pastoreio), e com características que lembram a de um lobo cinzento europeu, o cão Cuween tem muito a nos dizer, não apenas sobre práticas cerimoniais e sobre o significado simbólico do cão em Órcades Neolíticas Finais, mas também sobre o aparecimento de cães domésticos no terceiro milênio a.C.”, escreve Alison Sheridan, em declaração online.