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Notícias / Mundo

'Quem vai trazer ele de volta?', indaga irmã de brasileiro morto na Ucrânia

Tropas ucranianas alegam que corpo de André está em zona de bombardeios após óbito na guerra com a Rússia

Alan de Oliveira | @baco.deoli | sob supervisão de Wallacy Ferrari Publicado em 11/06/2022, às 08h54

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André com uniforme camuflado na Ucrânia - Divulgação / G1
André com uniforme camuflado na Ucrânia - Divulgação / G1

Os primeiros rumores da morte em combate do brasileiro André Luis Hack Bahi na Ucrânia, começaram na segunda-feira 6, até serem de fatos confirmadas para a sua irmã, Letícia Hack Bahi, na quinta-feira, 9, através de nota do Ministério das Relações Exteriores.

Além da dor em perder o ente querido, a família até o momento tenta lidar com todas as questões burocráticas que pairam a retirada do corpo e sepultamento no Brasil, sob a alegação deles não terem condições financeiras para o translado.

Ele foi pra guerra salvar vidas, lutar por um país. Mas, agora, quem é que vai trazer ele de volta?", fala Letícia, em entrevista à BBC News Brasil.

O homem de 43 anos fazia parte de um grupo de estrangeiros que se alistaram para lutar ao lado dos ucranianos nos conflitos armados. Segundo outros brasileiros nos esquadrões, ele foi morto por tiros russos.

Um homem que se apresentou como o comandante do pelotão de André, disse para a família que o corpo de Bahi estaria em um necrotério na região de Severodonetsk, no leste da Ucrânia, onde os confrontos vêm se intensificando.

Ainda não sabemos como vai ficar. Ao que parece, o Itamaraty não pode pagar por isso. E a embaixada da Ucrânia diz que quem tem essas informações é o Itamaraty. Estamos desolados, o traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família. Não há previsão regulamentar e orçamentária para o pagamento do traslado com recursos públicos", lamenta a irmã de vítima dos conflitos.

O último desejo de André Luis

A companheira do cearense e mãe de uma de suas filhas, de 3 anos, Riana Moreira, 30 anos, disse ao mesmo veículo que os dois não estavam mais juntos pelo homem desejar melhores condições de vida para a filha, indo para Portugal em fevereiro para trabalhar como motorista de aplicativos.

Quando perguntada sobre um desejo que o André ainda teria vontade e não foi realizado, ela contou que cogitou com os familiares apenas o envio de suas cinzas. 

Era o último desejo dele. Ele dizia que, se morresse em combate, ele queria ser cremado e que suas cinzas fossem espalhadas um pouco no mar, aqui no Ceará, onde ele foi muito feliz, e um pouco na cidade onde os pais dele moram, no Rio Grande do Sul", contou Riana para a BBC News Brasil.