Ela morreu por erro médico
Após 13 anos, o rosto do esqueleto que instigou cientistas do site arqueológico de K'anamarca, na região de Cusco, Peru, pode finalmente ser reconhecido. Os ossos encontrados em 2004, pertenceram a uma mulher que tinha entre 45 e 50 anos quando morreu. Foi apelidada de Señora de K’anamarka.
O trabalho foi feito pelo artista 3D brasileiro Ciceró Moraes em parceria com o Ministério da Cultura do Peru, Direção Desconcentrada de Cusco e a Universidade Inca Garcilaso de la Vega.
A reconstrução facial em 3D / Ciceró Moraes
A partir da fotogrametria, técnica que consiste em transformar imagens que estão no 2D para o plano 3D, o rosto da personagem ganhou vida. "O primeiro passo foi reconstruir o esqueleto, logo em seguida trabalhamos com Ciceró Moraes e a Universidade Inca Garcilaso de la Veja na reconstrução do rosto, foi um longo trabalho", diz o antropólogo físico, Oliver Medina.
O esqueleto foi encontrado em 2004 pelo líder arqueológico Marco
del Pezo Benavides durante as escavações de uma chullpa, antigas torres construídas
para sepultar pessoas da elite da sociedade pré-incaica. A famosa "Senhora de Kanamarca ", era uma antiga sacerdotisa que, acreditavam, prevenia as invasões inimigas.
A sacerdotisa não morreu em guerra, mas numa tentativa de trepanação, procedimento onde o crânio do individuo era perfurado na
tentativa de eliminar doenças. Era usado contra enxaqueca,
epilepsia e transtornos mentais. A maioria dos pacientes sobrevivia.
O crânio perfurado / Ciceró Moraes
A personagem mais famosa do site de K'anamarca, possui 1.48 cm, estatura média para o
período. Os arqueólogos pretendem continuar os estudos, mas, por ora, as pessoas podem conhecer o esqueleto completo na Universidade
Inca Garcilaso de la Vega, em Lima.