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Notícias / Arqueologia

Sala funerária de 2,6 mil anos pode mudar o que sabemos sobre a mumificação no Egito Antigo

Na necrópole de Sacará, ao sul de Cairo, seis câmaras da 26ª Dinastia trazem novas informações sobre a antiga técnica

Vanessa Centamori Publicado em 12/05/2020, às 11h44

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O egiptólogo Ramadan Hussein (à esquerda) e a especialista em múmias Salima Ikram examinam um sarcófago de calcário em Sacará - Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito
O egiptólogo Ramadan Hussein (à esquerda) e a especialista em múmias Salima Ikram examinam um sarcófago de calcário em Sacará - Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito

Em 2018, arqueólogos do Egito e da Alemanha adentraram a necrópole de Sacará, ao sul do Cairo, e encontraram uma sala funerária com seis câmaras de 2,6 mil anos, completamente intactas, provenientes da 26ª Dinastia.

Agora, novas informações estão sendo reveladas sobre o local, através de um estudo feito pela Universidade Eberhard Karls, em parceria com o Ministério Egípcio de Antiguidades.

A pesquisa revela dados que podem mudar o que sabemos sobre a mumificação. Segundo os pesquisadores, naquela região pelo menos, a prática era feita no subsolo, dentro do complexo funerário. No subterrâneo, havia diversas áreas destinadas para diferentes etapas do processo. 

Para se ter ideia, existia uma zona destinada a remoção de órgãos; outra para o embalsamamento e uma ainda dedicada aos preparos para o enterro. Tratava-se de um enorme empreendimento baseado na crença na vida após a morte. 

No local, havia até mesmo catálogos de serviços funerários, que falavam da qualidade dos produtos oferecidos, segundo informou ao El Español o diretor da missão arqueológica em Sacará, Ramadan Hussein.

"Descobrimos que os embalsamadores tinham grande senso comercial. Eles reutilizaram câmeras e revenderam sarcófagos para maximizar a capacidade do complexo”, comentou Hussein. 

Vaso encontrado ao lado do caixão da múmia de Didibaset / Crédito: Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito

A necrópole de Sacará, segundo o especialista, era o destino das múmias de pessoas ricas e pobres - um total de 54 delas foram desenterradas na superfície do terreno. No subterrâneo, enquanto isso, era onde os corpos haviam sido conservados.

No subsolo eram usadas hastes de ventilação para se livrar dos insetos, além de um grande queimador de incenso e canais de drenagem perfurados em pedras para canalizar o sangue e outros fluidos corporais dos mortos.

Dentro das câmaras funerárias, os pesquisadores encontraram uma máscara de múmia feita de prata e com detalhes em ouro. Além disso, havia a múmia de Didibaset, enterrada com seis vasos ao lado de seu caixão. A mulher tinha um alto status em vida. 

Máscara encontrada durante as escavações em Sacará Crédito:  Universidade de Tübingen

Uma análise dos vasos que estavam ao lado da múmia, conduzida pelo Museu Egípcio, no Cairo, mostrou que havia dentro deles restos de tecido humano. O próximo passo dos pesquisadores é descobrir quais órgãos de Didibaset estão presentes nos restos mortais embalsamados.