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Notícias / Brasil

Seu Jorge rebate críticas e diz que Marighella sofreu com ‘embranquecimento’ histórico

Filme sobre os anos finais do guerrilheiro baiano estreia nesta quarta-feira, 04

Fabio Previdelli Publicado em 01/11/2021, às 16h58

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Comparação entre Marighella e Seu Jorge - Arquivo Público do Rio e O2 Filmes
Comparação entre Marighella e Seu Jorge - Arquivo Público do Rio e O2 Filmes

A cinebiografia que contará a história dos anos finais de vida do guerrilheiro baiano Carlos Marighella só estreia na próxima quinta-feira, 4, mas o longa já vem causando enorme repercussão há pelo menos dois anos. 

Apesar de ter tido sua première mundial em 2019, no Festival de Berlim, o longa superou um enorme processo burocrático antes de desembarcar em solo nacional.

Wagner Moura, diretor do filme, por exemplo, chegou a alegar que a produção foi alvo de censura do governo, como recorda matéria publicada pela equipe do site do Aventuras na História

Agora, foi a vez do cantor e ator Seu Jorge, que deu vida a Marighella, falar sobre as críticas que o filme vem recebendo, principalmente em relação a escolha de um homem negro para dar vida ao guerrilheiro — críticos ideológicos do baiano questionam a escolha de Seu Jorge por ele ser ‘negro demais’ para viver o personagem. 

"Eu convivo com isso desde criança, nunca foi diferente. O que hoje é diferente é a possibilidade de representatividade. Um dos acertos desse filme é justamente devolver a origem de Carlos Marighella, um personagem que sofreu não só um apagamento, mas também um embranquecimento, como muitos outros da nossa história", diz o ator em entrevista à Folha de S. Paulo.

É um processo de eugenização dizer que ele não era preto. Os avós dele foram escravos, sabe, a questão é que ele nunca esteve nessa condição de homem negro que se cala”, completa. 

O cantor ainda aproveitou para comentar as acusações de que o filme vem sendo censurado. "É claro que houve censura, uma tentativa de retardar e impedir que o filme chegasse ao conhecimento do povo brasileiro.”

"Não tem o menor sentido censurar uma produção cultural, e isso não aconteceu só com ‘Marighella’, não. Olha o que está acontecendo com o nosso cinema nesses últimos dois anos —a Ancine está desmontada, a Cinemateca pegou fogo, tudo por causa de políticas de apagamento da nossa história”, conclui.