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Notícias / Brasil

Soldado que sofreu ataques homofóbicos por postar foto beijando companheiro processa militares

Henrique Harrison foi atacado por fotografia tirada em formatura em 2020

Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 28/08/2021, às 11h51

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O soldado da Polícia Militar do Distrito Federal Henrique Harrison - Arquivo pessoal
O soldado da Polícia Militar do Distrito Federal Henrique Harrison - Arquivo pessoal

Em janeiro de 2020, o soldado da Polícia Militar do Distrito Federal Henrique Harrison publicou uma foto em que beijava o parceiro durante a formatura da corporação ao lado da cabo Cely Farias. Os dois sofreram ataques homofóbicos pelas redes sociais, principalmente em um grupo no WhatsApp.

Segundo informações do G1 da última quinta-feira, 26, Harrison abriu um processo contra 11 pessoas, incluindo oito militares. Entre eles, sete são policiais e um é bombeiro, que estariam envolvidos nas críticas de cunho homofóbico dirigidas a ele após a postagem da fotografia.

O advogado Jostter Marinho afirmou: "Os processos tem como fundamento o dano causado ao Henrique pela degradação e exposição vexatória de sua imagem e orientação sexual. Exposição está que, pela lei de Injúria Racial e pela ADO 26 (Ação Declaratória de Inconstitucionalidade por Omissão), caracterizam como ilegais os atos dentro da tipificação da homofobia". 

Foto publicada pelo soldado em rede social / Crédito: Arquivo pessoal

O processo movido pelo soldado pede R$ 25 mil de cada um dos réus por danos morais; o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) já havia solicitado multa mínima de R$ 12 mil para cada pessoa citada no processo por danos morais coletivos. Os nomes não foram divulgados porque o caso corre atualmente em segredo de Justiça. 

Após a publicação da foto com o gesto afetivo nas redes sociais, o soldado foi criticado por um tenente-coronel da reserva, que gravou um áudio que circulou por uma série de grupos no WhatsApp.

Ele afirmou que a situação foi uma “frescura” e “uma avacalhação”, alegando ainda que a polícia foi "irreversivelmente maculada" pela atitude “lamentável” do soldado.

"Nós hoje somos motivo de chacota no Brasil inteiro [...]. Muito obrigado, senhores, os senhores conseguiram destruir a reputação da nossa Polícia Militar", disse o tenente-coronel da reserva no áudio em janeiro de 2020. 

O caso teve enorme repercussão, o que fez com que a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF solicitasse uma investigação à Polícia Militar. O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) denunciou os envolvidos e a Justiça do DF acatou o processo em maio deste ano. 

A conclusão do Inquérito Policial Militar (IPM) ainda não teve sua conclusão divulgada e o caso ainda não foi julgado. O soldado Harrison está afastado das atividades há três meses por seu estado de saúde mental, mas afirma que pretende voltar à corporação.