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Notícias / Soldados russos

Soldados russos denunciam comandantes de prendê-los por terem se recusado a lutar

Soldados russos ficaram presos ao leste da Ucrânia sem comida e sem condições básicas de higiene

Redação Publicado em 02/08/2022, às 19h06 - Atualizado às 19h32

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Tanque de guerra, na Rússia - Reprodução/Vídeo/BBC News Brasil
Tanque de guerra, na Rússia - Reprodução/Vídeo/BBC News Brasil

Soldados russos denunciam seus comandantes de prendê-los por dias sem alimento, por se recusarem a lutar na guerra. De acordo com Maxim Grebenyuk, advogado, pelo menos quatro soldados russos apresentaram queixas por escrito ao comitê de investigação

“Já temos uma lista de 70 soldados russos que foram mantidos como prisioneiros. No total, cerca de 140 soldados foram detidos”, disse o advogado que dirige a organização de advocacia Military Ombudsman, com sede em Moscou.

Como informa o jornal The Guardian, os homens que alegam terem permanecidos presos no leste na Ucrânia exigem que os superviores que causaram suas detenções sejam punidos. 

Queixas escritas são os principais testemunhos para a comprovação das prisões, por descreverem as severas punições, mas documentos russos já revelaram anteriormente que centenas de soldados já foram detidos por se recusarem a lutar.

Sem comida e higiene básica

Uma testemunha, o soldado que pediu para ser identificado como Vladimir, em um depoimento escrito enviado aos promotores russos, contou que depois que se recusou a retornar ao campo de batalha, foi preso por mais de uma semana em diferentes celas, no território de Luhansk.

Vladimir escreveu que foi colocado em uma sala que tinha grades na janela, com outros 25 soldados e que eles estavam sem comida.

“Eles [soldados Wagner] nos disseram que as minas foram colocadas fora da base militar e que quem tentasse fugir seria considerado inimigo e fuzilado no local”, escreveu. “Fomos alimentados uma vez por dia na hora do almoço. Não havia higiene básica".

Ele e os outros soldados foram mantidos presos por memebros da empresa privada Wagner. “O tempo todo, não foi fornecido um único documento que explicasse nossa prisão. Fomos presos ilegalmente”, disse o Vladimir.

Ele pede aos promotores, que sejam iniciadas investigações sobre dois coronéis russos e um major que, segundo ele, são os responsáveis por sua prisão.

Vladimir alegou que conseguiu deixar o local graças à um médico que solicitou que ele fosse hospitalizado em decorrência dos ferimentos que sofreu no início da guerra. Não está claro que outros soldados ainda estão detidos no local.

Presos injustamente

Segundo o advogado Mikhail Benyash, como aponta o The Guardian, o Kremlin não declarou guerra formalmente, o que significa que os soldados não podem ser presos ou processados por se recusarem a lutar, apenas sofrerem demissão.

"O pessoal militar pode ser privado de sua liberdade apenas em casos estritamente especificados na lei russa, ou seja, quando se acredita que cometeram um crime”, disse Vladimir.

A testemunha também relatou que constantemente os comandantes buscavam incitar os soldados a mudar de ideia e retornar aos campos de batalha.