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Notícias / Astronomia

Telescópio Hubble captura imagens de tirar o fôlego da evolução de duas nebulosas

Registro inédito permite aos astrônomos compreender fenômenos que correm nas estrelas presentes no centro dessas formações moleculares

Fabio Previdelli Publicado em 22/06/2020, às 13h41

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Nebulosa NGC 6302, também conhecida como Butterfly - NASA, ESA e J. Kastner
Nebulosa NGC 6302, também conhecida como Butterfly - NASA, ESA e J. Kastner

Desde que o telescópio Hubble começou a operar, em 1990, o dispositivo faz registros extraordinários do espaço. Desta vez, as imagens mais recentes divulgadas, do último 18 de junho, revelam duas nebulosas interplanetárias, a NGC 6302 (conhecida como Butterfly) e a NGC 7027 (apelidada de Jewel Bug).

Além de tirarem o fôlego de qualquer admirador do espaço, segundo a NASA, os registros também revelaram algo inédito aos cientistas: a complexidade e as rápidas mudanças que ocorrem nas estrelas presentes no centro dessas nebulosas.

“Essas novas observações do Hubble com vários comprimentos de onda fornecem a melhor visão até hoje dessas nebulosas espetaculares”, explica Joel Kastner, líder do estudo e integrante do Instituto de Tecnologia de Rochester, nos Estados Unidos.

As nebulosas NGC 6302 (conhecida como Butterfly) e a NGC 7027 (apelidada de Jewel Bug) / Crédito: NASA, ESA e J. Kastner

“Enquanto eu baixava as imagens, me sentia como uma criança em uma loja de doces”, diz em tom de descontraído o pesquisador em um comunicado à imprensa. Os registros de diversos espectros do Hubble mostram, em detalhes, como as duas nebulosas se dividem rapidamente e como ambas se modificaram nas últimas décadas.

“A nebulosa NGC 7027 mostra emissões em um número incrivelmente grande de comprimentos de onda diferentes, cada um dos quais destaca não apenas um elemento químico específico na nebulosa, mas também as mudanças contínuas significativas em sua estrutura”, diz Joel.

As imagens também permitiram aos astrônomos avançarem em outro estudo: sobre o histórico de ondas de choques nessas nebulosas. Segundo a NASA, esse fenômeno acontece quando os ventos estelares varrem de maneira mais lenta o gás e a poeira deixados pela estrela em seu passado recente. Como resultado, aparecem cavidades que se parecem mais bolhas com as extremidades mais bem definidas.

Os astrônomos suspeitam que no centro de cada nebulosa exista, ou tenha existido, duas estrelas que circulam ao redor uma da outra. O palpite ocorre pelo formato “bizarro” dessas nebulosas, conforme a própria agência espacial americana define.

De acordo com a pesquisa, a teoria por trás desse pensamento é de que uma das estrelas desse sistema esteja perdendo massa. Assim, ao orbitar próximas uma da outra, elas eventualmente interagem, gerando um disco de gás ao seu redor — o que faz com que esses corpos sejam ejetados em direções opostas.

A nebulosa planetária NGC 6302 e seus arredores / Crédito: NASA, ESA e J. Kastner

Entretanto, uma vez que uma dessas estrelas é “devorada” pela outra, materiais estelares são ejetados, criando um padrão simétrico — como o do NGC 6302. “A hipótese de estrelas se fundindo parece ser a melhor e mais simples explicação para as características observadas nas mais ativas e simétricas nebulosas planetárias”, conclui Bruce Balick, da Universidade de Washington em Seattle, que também participou do estudo.