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Notícias / Arqueologia

Tradução de tábua grega revela nomes de 'formandos' de 2 mil anos atrás

Os ex-colegas de classe do curso militar de Atenas foram descritos como "amigos" na relíquia

Ingredi Brunato, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 09/06/2022, às 13h20

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Montagem mostrando duas fotografias da tábua citada. Na primeira, a curadora do museu, Margaret Maitland, posa com a relíquia - Divulgação/ Museu Nacional da Escócia
Montagem mostrando duas fotografias da tábua citada. Na primeira, a curadora do museu, Margaret Maitland, posa com a relíquia - Divulgação/ Museu Nacional da Escócia

Recentemente, uma tabuleta grega que já pertencia à coleção do Museu Nacional da Escócia, havia cerca de um século, foi traduzida por um grupo de pesquisadores, revelando que o artefato de 2 mil anos guardava os nomes de 31 rapazes que acabavam de finalizar uma etapa importante de sua vida. 

Os membros do grupo eram identificados como "éfebos", uma expressão usada para descrever jovens de 18 e 19 anos da Grécia Antiga que eram recém-graduados no treinamento militar obrigatório da cidade de Atenas, um curso que possuía um ano de duração, segundo informações repercutidas pelo portal Arqueonews.

[A tábua] acabou sendo uma lista dos cadetes para um ano em particular durante o período entre 41 d.C. e 54 d.C., no reinado de Cláudio, e nos dá novos nomes, nomes que nunca encontramos antes no grego antigo", explicou Peter Liddel, o professor norte-americano de história e inscrições gregas que liderou o estudo. 

Transformações

Um aspecto importante a chamada 'formação efébica' é que, a princípio, ela era um requisito para que jovens atenienses do sexo masculino tivessem permissão de começar a exercer seus direitos cívicos, como o voto e a participação em assembleias. 

Com o passar dos anos, todavia, o curso de educação militar passou por mudanças, incluindo a expansão do seu currículo, que passou a contar com aulas de literatura e filosofia, e a abertura de sua matrícula para estrangeiros a partir de 2 a.C.

A tabuleta analisada é um exemplo dessa maior diversidade, com alguns nomes esculpidos na pedra sendo pertencentes a não-atenienses e até mesmo ex-escravos libertos, segundo apurado pela agência Press Association.

De forma contrastante, ao mesmo tempo que esses nomes estão localizados na porção inferior da peça de mármore, estando, portanto, abaixo dos outros, o grupo como um todo é descrito como de "amigos" ou "companheiros éfebos". O detalhe sugere uma proximidade entre aqueles formandos do curso ateniense, que treinava entre 100 e 200 rapazes todos os anos. 

Assim, o artefato traz uma curiosa mistura entre igualdade e segregação que é útil para a análise da sociedade grega do reinado do imperador Cláudio