Esses animais microscópicos são conhecidos por sua impressionante resistência à condições extremas
Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 24/08/2021, às 14h28
Um estudo publicado recentemente na revista científica Genome Biology and Evolution sugere que tardígrados, animais microscópicos capazes de sobreviverem a condições extremas (como frio de - 270°C, calor de 150°C, o vácuo do espaço sideral e até 30 anos sem comida), não são capazes de enxergar cores.
As conclusões da pesquisa, que foi liberada ao público no último mês de julho, foram repercutidas pelo site Socientifica no último domingo, 24.
“Em geral, a visão nos tardígrados não é particularmente bem compreendida”, afirmou James Fleming, o principal autor do ensaio.
Esses seres minúsculos, que pertencem ao filo dos artrópodes e também são conhecidos como “ursos d’água”, não possuem lentes em seus olhos, de forma que os especialistas acreditam que eles não sejam capazes de formar imagens.
A captação ou não de cores, todavia, ainda era uma questão em aberto. O estudo citado começou quando os cientistas descobriram que os tardígrados possuíam uma estrutura que, em outros artrópodes, serve para este propósito.
Nos ursos d’água, contudo, os cientistas especularam que essas mesmas estruturas podem exercer outra função. Isso pois eles descobriram que essas formações são mais ativas quando os tardígrados são ovos, uma fase da vida em que ter uma visão melhor não faria muito sentido.
“Achamos improvável que sejam capazes de visualizar a cores”, concluiu Fleming, ainda conforme repercutido pelo Socientifica.
Por outro lado, os seres microscópicos reagem à luz, segundo foi constatado pela mesma equipe. Eles tendem a se afastar de locais mais iluminados, e preferir os escuros. Dessa forma, a hipótese levantada pela pesquisa foi de que os ursos d’água veriam em preto e branco.
