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Notícias / Arqueologia

Vestígios de campo de internamento forçado de ciganos são descobertos na República Tcheca

Arqueólogos conseguiram identificar o local em que romanis foram internados durante a Segunda Guerra e depois levados para campos nazistas

Isabela Barreiros Publicado em 11/11/2020, às 14h53

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Escavação realizada na cidade de Liberec, República Tcheca - Divulgação - Arquivo da região de Liberec
Escavação realizada na cidade de Liberec, República Tcheca - Divulgação - Arquivo da região de Liberec

Na cidade de Liberec, na República Tcheca, arqueólogos descobriram evidências de um campo de internamento ou de concentração usado durante a Segunda Guerra Mundial, mais especificamente entre os anos de 1941 e 1943. O local era destinado para ciganos, também conhecidos como romanis.

Já era sabido, por meio de registros históricos, que o local em questão estava nas proximidades, mas ele não tinha sido identificado com precisão. Restos da instalação foram encontrados, como pisos de tijolos e paredes de fundação, que chegavam a até mesmo três metros de altura. 

“Descobrimos grandes seções do edifício principal, que tinha 35 metros de comprimento e quase 10 metros de largura, junto com uma extensão em forma de 'T' de cerca de 10 por 8 metros, e pisos de tijolos preservados”, explicou Petr Brestovanský, arqueólogo do Museu da Boêmia do Norte em Liberec. 

Entre 1941 e 1943, ao menos 130 pessoas foram internadas no campo. Depois disso, eles eram divididos por sexo e enviados para campos nazistas maiores, tanto de concentração quanto de extermínio. As mulheres iriam para Ravensbrück, os homens, Buchenwald e, por fim, as famílias eram enviadas para Auschwitz.

“Graças aos registros de crianças nascidas em Liberec, pudemos identificar os transportes específicos para Auschwitz. As cruzes estão em sua memória. Este foi o mais severo dos quatro acampamentos construídos em Liberec - e ainda não existe um memorial. Todos foram assassinados em Auschwitz ou outros campos”, disse o historiador Ivan Rous, também do museu local. 

Já na segunda metade do século 20, o local passou a ser usado para outros contextos, principalmente como aterro, e abrigou ainda um conjunto habitacional. No entanto, os ciganos internados ali eram obrigados a ajudar na construção.