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Notícias / Afeganistão

Vida de afegãos LGBTQ+ piorou com a volta do Talibã, diz relatório

Pesquisa da Human Rights Watch mostrou relatos de ameaças de morte, estupros coletivos e crescentes ataques à população sob o novo regime

Isabela Barreiros Publicado em 26/01/2022, às 11h56

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Imagem ilustrativa da Parada do Orgulho LGBTQ+ - Getty Images
Imagem ilustrativa da Parada do Orgulho LGBTQ+ - Getty Images

Um relatório feito pela Human Rights Watch (HRW) apontou que a vida de pessoas LGBTQ+ que vivem no Afeganistão “piorou drasticamente” sob o regime do Talibã, que chegou ao poder novamente em agosto de 2021.

A pesquisa reportou relatos de ameaças de morte, estupros coletivos e crescentes ataques violentos à população sob o novo regime, que não pode fugir do país e vive em constante medo, como noticiou o jornal britânico The Guardian.

Foram quase 60 casos de violência direcionados a afegãos LGBTQ+ desde que a organização extremista assumiu o poder no ano passado. Muitas dessas pessoas, inclusive, afirmaram à HRW que o governo do Talibã destruiu suas vidas.

“As coisas sempre foram difíceis”, afirmou a diretora associada da divisão de direitos das mulheres da HRW, Heather Barr. “Mas as pessoas encontraram maneiras de sobreviver e construir uma comunidade e apoiar umas às outras, e tinham esperança de que as coisas estivessem melhorando gradualmente. Em 15 de agosto, tudo isso acabou.”

Ashraf Ghani, presidente deposto do Afeganistão, proibiu a homossexualidade no Afeganistão, que passou a ser punível com prisão. O Talibã, porém, “prometeu adotar uma linha dura contra os direitos das pessoas LGBT”.

Um porta-voz do grupo afirmou, no ano passado, ao jornal alemão Bild, que, para os homossexuais, “só pode haver duas punições: ou apedrejamento, ou ele deve ficar atrás de um muro que cairá sobre ele”.

“Conversamos com afegãos LGBT que sobreviveram a estupros coletivos, ataques da multidão ou foram caçados por seus próprios familiares que se juntaram ao Talibã, e eles não têm esperança de que as instituições estatais os protejam”, explicou J. Lester Feder, da OutRight Action International, que colaborou para a pesquisa.

Ele acrescentou: “Para aquelas pessoas LGBT que querem fugir do país, há poucas boas opções; a maioria dos vizinhos do Afeganistão também criminaliza as relações entre pessoas do mesmo sexo. É difícil exagerar o quão devastador — e aterrorizante — o retorno do regime Taleban foi para os LGBT afegãos.”

Segundo Faraydoon Fakoori, que trabalha na organização Paiwand 34, que ajuda minorias de gênero no país, o Afeganistão sempre foi uma sociedade conservadora. “Mas após a chegada do Talibã, a situação piorou. Estamos vendo muitos casos de violência, assédio e até estupro”, afirmou.