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Notícias / Brasil

Vida de devoção e caridade: a história de Odetinha, a Serva de Deus

Conheça a menina carioca que está em processo de beatificação, através do qual pode se tornar a primeira santa carioca

Ingredi Brunato Publicado em 09/10/2020, às 09h00 - Atualizado em 01/11/2022, às 09h46

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Fotografia de Odette Vidal, serva de Deus. - Wikimedia Commons
Fotografia de Odette Vidal, serva de Deus. - Wikimedia Commons

Odette Vidal de Oliveira teve uma infância abastada. Filha de imigrantes portugueses, o segundo casamento da mãe - após ter enviuvado - foi com um empresário dono de diversos terrenos e um frigorífico.

A menina era uma católica fervorosa, sempre acompanhando os pais nas missas e rezando o terço diariamente. Fez a primeira comunhão aos sete anos de idade, embora supostamente já pedisse por ela desde os quatro. Mais impressionante que a fé da criança, contudo, foi sua dedicação ao próximo e paixão pela caridade. 

Igreja onde Odette fez sua primeira comunhão. Crédito: Wikimedia Commons

Caridade 

Segundo a biografia lançada um ano após sua morte, escrita pelo padre com quem a família da menina se confessava, Afonso Maria Germe, a jovem Odette gostava de doar seus bens para os pedintes que batiam na porta de sua casa. 

Também acompanhava a mãe quando esta fazia e distribuía feijoada para os pobres nos sábados. A garotinha cristã costumava usar um avental, e entregar muitas das marmitas. Infelizmente, a jovem morreu cedo.

Odette passou 49 dias finais de cama por conta de uma febre paratifoide, que ainda por cima foi piorada pelo desenvolvimento de meningite. Pouco antes de sua morte, ela pediu para receber uma eucaristia, e rezou o terço como costumava. 

Após sua morte, os pais dela realizariam muitas outras obras de caridade, incluindo vastas doações para instituições religiosas, inspirados pelo altruísmo da filha falecida. Diversos terrenos do pai adotivo da menina foram dados para a construção de igrejas e escolas, também, incluindo a Catedral Santo Antônio da Nova Iguaçu. 

Alguns dos milagres

Conforme divulgado pela Veja, entre as histórias mais conhecidas de curados pelas orações a Odette está uma do início dos anos 80 (a jovem faleceu em 1939). A recepcionista Terezinha Ferreira e Souza, que sofria de uma miopia agressiva, que segundo médicos a levariam inevitavelmente à cegueira completa, decidiu pedir ajuda da menina católica. Conforme relatado, o grau da recepcionista estabilizou, e ela não precisou mais se preocupar com a visão. 

Outro caso envolve a famosa atriz de novela Giovanna Antonelli, que ouviu falar da menina por conta da avó. A atriz, então no início da carreira, teria pedido ajuda de Odetinha para conseguir o papel principal na novela O Clone, o que ela de fato conseguiu. 

“No fim da novela, fui ao túmulo e me emocionei enquanto agradecia a ajuda. Hoje, sempre carrego a foto dela na bolsa”, contou Giovanna, segundo apurado pela Veja. Sua sepultura passou a ser visitada por centenas de devotos todos os anos, convertendo-se em um local de peregrinação.

Beatificação?

Devido à reputação sagrada de Odetinha entre os fiéis brasileiros, especialmente os cariocas, a Igreja Católica decidiu dar à menina o título de “serva de Deus”, o que é o primeiro passo na beatificação.

Esse processo, por sua vez, teve início oficialmente em janeiro de 2013, quando seu caixão foi aberto e restos exumados. Sua urna foi então levada para o local onde Odette fez a primeira comunhão, a Basílica da Imaculada Conceição, onde os fiéis podem ainda visitar e fazer suas preces.