Um estudo comparou ferramentas desenvolvidas no século 8 e 9, apontando para um domínio impressionante em um curto período de tempo
Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 21/04/2021, às 07h00
Ainda que os vikings sejam conhecidos por seu conhecimento em navegação, um novo estudo publicado recentemente na revista científica Archaeological and Anthropological Sciences apontou uma habilidade pouco conhecida do povo: a metalurgia. O artigo foi repercutido pelo portal Courthouse News Service.
Cientistas da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, chegaram à conclusão de que os vikings conseguiram desenvolver uma metalurgia especializada em apenas um século ao comparar mais de mil fragmentos de metal e ferramentas fabricados no século 8 em comparação com o século 9.
Os itens, que foram encontrados em um antigo porto comercial Viking em Ribe, Dinamarca, revelaram os avanços na produção de tais materiais. O trabalho com metais foi aperfeiçoado em um curto período de tempo, levando em consideração outros povos e sua relação com o componente. Tudo isso aconteceu em menos de um século.
“A análise de ferramentas e objetos acabados nos permitiu entender melhor as práticas de metalurgia empregadas em Ribe e como elas se desenvolveram ao longo do tempo”, explicou a principal autora do estudo, Vana Orfanou, em nota.
“Documentamos uma série de rápidos avanços tecnológicos no início da era Viking, quando os artesãos foram expostos a novas habilidades. Nossas descobertas sugerem que os artesãos Viking em Ribe eram inovadores e industriosos, avançando da mistura de metais um tanto aleatoriamente para refinar seu processo e criar misturas de metais muito específicas, em um século”, completou.
No século 8, por exemplo, os pesquisadores notaram que os vikings conseguiram desenvolver ligas de metal para desenvolver as ferramentas, mas a combinação ainda estava muito fraca. No entanto, já no século 9, eles apresentavam uma “receita” que já seguia padrões consistentes de produção.
“A Era Viking é uma virada crítica na história, quando a comunicação por mar cresceu exponencialmente no norte da Europa. A evolução do artesanato nos dá um conhecimento sem precedentes sobre as consequências culturais e sociais desse conhecido caso de 'proto-globalização'”, concluiu a pesquisadora.
