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Notícias / Grécia Antiga

Vinho é recriado com técnicas de 2 mil anos da Grécia Antiga

"Um gosto persistente, complexo e prolongado, extremamente saboroso". Em uma associação entre um produtor de vinhos e um cientista italiano, a bebida da Antiguidade foi refeita — e o resultado surpreendeu

André Nogueira Publicado em 27/02/2020, às 11h30

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Ânfora submersa - Divulgação/Youtube
Ânfora submersa - Divulgação/Youtube

Pesquisadores da Universidade de Milão conseguiram recriar uma técnica de produção de vinho usada na Grécia há 2.500 anos, que utiliza uvas submersas. A experiência veio a tona após o geneticista da universidade Attilio Scienza ter sido abordado pelo produtor Antonio Arrighi para a simulação da técnica a partir do uso de uvas do tipo Ansonica.

Segundo o relatório divulgado pela Wine Spectator, esse “vinho de uva submersa” era típico da Ilha de Chios antiga, e foi vendido por todo o Mediterrâneo. Para a simulação, a equipe de pesquisadores se instalou na ilha de Elba, na Toscana, onde os cachos de uva foram submergidos a uma profundidade de 10 metros, por cinco dias. A água salgada do mar, então, quebrou a oxidação da fruta, contendo e intensificando o sabor.

Técnica de submersão usando cestos com as uvas dentro / Crédito: Divulgação/ Roberto Ridi

Logo depois, as uvas foram ressecadas e colocadas numa ânfora de terracota, onde fermentaram por um ano. Quarenta garrafas do vinho que resultou do processo foram lançadas no mercado. O vinho possui qualidades excepcionais, com corpo “amarelo enferrujado, ligeiramente velado e robusto” e cheiro que “revela um gosto persistente, complexo e prolongado, extremamente saboroso”, segundo Arrighi declarou à revista de enologia.

Desde 2018, essa curiosa técnica vem sendo estudada por vinícolas na Europa  e nos EUA, com o objetivo de recriar esse famoso e saboroso exemplar da bebida. Recentes descobertas de garrafas de alcoólicos encontrados em naufrágios, como o ocorrido na costa da Finlândia em 2015, também instigaram os cientistas a relação entre a maturidade do sabor dos fermentados e a restrição da oxidação dos mesmos, por conta da submersão.