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Angélique du Coudray, a mulher que revolucionou os partos na França de Luís XV

Angélique du Coudray, nasceu em Clermont-Ferrand em 1712 e morreu em 1789

Joana Freitas, arqueóloga Publicado em 21/11/2021, às 09h00 - Atualizado em 24/01/2024, às 15h55

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Angélique (à esqu.) e um manequim obstétrico (à dir.) - Domínio Público, via Wikimedia Commons e Ji-Elle, via Wikimedia Commons
Angélique (à esqu.) e um manequim obstétrico (à dir.) - Domínio Público, via Wikimedia Commons e Ji-Elle, via Wikimedia Commons

O mundo da medicina obstétrica era no século 18, assim como todas as outras práticas médicas, dominado por homens e por uma falta de conhecimento generalizada.

As práticas utilizadas no nascimento eram extremamente brutas e colocavam em risco a vida das mães e dos bebês. Por essa razão, a taxa de mortalidade era alta.  

No ano de 1759, o monarca Luís XV lançou um projeto para reduzir as taxas de mortalidade infantil, assim como das mães. Angélique du Coudray foi incumbida de ensinar obstetrícia para mulheres da área rural onde, apesar de tudo, a pouca informação era ainda mais difícil de chegar.

Entre os anos 1760 a 1783 esta parteira percorreu praticamente todo o país e formou cerca de 4.000 mulheres, número este que aumentou para cerca de 10.000 quando as suas melhores alunas também começaram a ensinar. Deve-se a ela a introdução do pensamento e abordagem científica no planejamento do parto.  

Du Coudray foi a criadora do primeiro manequim obstétrico em tamanho natural, para praticar partos simulados. Esses primeiros modelos anatômicos eram compostos de couro que envolvia ossos pélvicos reais (os ossos mais tarde seriam feitos de vime e madeira).

Um manequim obstétrico // Ji-Elle, via Wikimedia Commons

Além dos modelos anatômicos publicou um livro didático de obstetrícia que foi extremamente bem recebido pela comunidade especializada intitulado de 'Abrégé de l’art des accouchements' ('The Art of Obstetrics', 1759). Ainda sobre a sua orientação, um curso de obstetrícia prática foi iniciado na escola veterinária de Alfort em 1780.


Joana Freitas é formada em história na vertente de arqueologia pela faculdade de letras da Universidade do Porto e tem por áreas de maior interesse a evolução humana e a pré-história. Fora do campo de formação tem como disciplinas preferidas a antropologia e a paleontologia que no fundo complementam a sua formação de base.

Gosta de conhecer outros lugares, principalmente as suas pessoas, ler e escrever. Embora tenha participado em diversas escavações de vários períodos históricos de diversos países, o local arqueológico que mais marcou o seu percurso e onde esteve presente em várias campanhas diferentes foi castanheiro do vento, um recinto pré-histórico em Vila Nova de foz Côa, em Portugal.