Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Moda com História / Casa Gucci

Casa Gucci: Patrizia Reggiani assumiu o que a motivou a orquestrar o crime?

Socialite foi condenada a 29 anos de prisão pelo assassinato de Maurizio Gucci, em 1995

Fabio Previdelli Publicado em 27/11/2021, às 10h00 - Atualizado em 29/11/2021, às 16h23

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Lady Gaga vive Patrizia Reggiani em Casa Gucci - Universal Pictures
Lady Gaga vive Patrizia Reggiani em Casa Gucci - Universal Pictures

Nesta semana chegou aos cinemas brasileiros o filme ‘Casa Gucci’, que retrata a relação entre Maurizio Gucci — neto de Guccio Gucci, fundador da grife de luxo, e, consequentemente, herdeiro da marca — e Patrizia Reggiane

Ao longo de quase três décadas que são retratadas na produção, somos apresentados a diversos momentos da vida do casal, partindo de quando eles se encontram pela primeira vez, passando pelas intrigas familiares que a união causou e terminando no assassinato de Maurizio, que foi morto por um assassino de aluguel contratado por Patrizia

Montagem de fotos de Lady Gaga e Patrizia Reggiani - Foto: Divulgação / MGM / Wikimedia Commons

Pelo crime, Patrizia Reggiani foi condenada a 29 anos de prisão, além de receber a alcunha pela mídia italiana de “Viúva Negra da Moda”.

Mas, afinal, o que motivou a socialite a planejar a morte de Maurizio Gucci?

De origem humilde ao glamour

Nascida em 2 de dezembro de 1948, no norte da Itália, em uma pequena comuna nos arredores de Milão, Patrizia Reggiani Martinelli tem uma origem muito diferente daquela que passou a ostentar por anos. 

Filha de uma garçonete, jamais conheceu seu pai biológico e passou por momentos de dificuldade até completar 12 anos, quando sua mãe se casou com um empresário, Ferdinando Reggiani, dono de uma frota de caminhões. 

A partir desse momento, a jovem passou a ser mimada e vislumbra um estilo de vida que jamais havia experimentado. Segundo explica matéria publicada pelo G1, Ferdinando gostava de presenteá-la com luxuosos casacos de pele e potentes carros esportivos. 

Por conta disso, Patrizia passou a frequentar eventos da high society milanesa. Em uma dessas ocasiões, em novembro de 1970, como mostrado por Ridley Scott no filme, acabou conhecendo Maurizio Gucci

Dois anos depois, contrariando Rodolfo Gucci, pai de Maurizio, que nunca aprovou a relação, se casaram.

Segundo explica a escritora Sara Gay Forden, autora de ‘Casa Gucci: Uma história de glamour, ganância, loucura e morte’ (Editora Seoman), que teve sua obra usada como base para a adaptação cinematográfica, Rodolfo via a nora como uma “alpinista social”, ou seja, que estava se relacionando com seu filho apenas com o objetivo de atingir classes sociais mais altas. 

Montagem fotográfica de Jeremi Iron e Rodolfo Gucci - Foto: Divulgação / MGM / Wikimedia Commons

Quando o sogro morreu, no entanto, Patrizia enxergou a oportunidade de se perpetuar ainda mais entre os Gucci, já que Maurizio assumiu a parcela de seu pai no controle da empresa. 

O conto de fadas chega ao fim

A relação, porém, terminou em 1985. De acordo com Manfred F. R. Kets de Vries em ‘Family Business on the Count’, Maurizio Gucci disse a Patrizia que faria uma curta viagem de negócios para Florença. No dia seguinte, porém, mandou um amigo avisá-la que não voltaria e que o casamento estava acabado.

Montagem de fotos de Adam Driver e Maurizio Gucci - Foto: Divulgação / MGM / Wikimedia Commons

Gay Forden diz que a socialite ainda mantinha esperanças que Maurizio, um dia, voltaria para seus braços, mas a expectativa logo se tornou um eterno sofrimento, visto que ele passou a se relacionar com outras mulheres. O divórcio ocorreu, de forma oficial, em 1991. 

O rancor do passado

Conforme explica a BBC, Reggiane foi diagnosticada com um tumor no cérebro em 1992. Na ocasião, ela chegou a pedir para Gucci cuidar de suas filhas, mas o homem recusou ao alegar que sua agenda de trabalhos não dispunha de muito tempo livre. Por sorte, o procedimento cirúrgico foi feito sem maiores complicações. 

Até o ano que Maurizio foi assassinado, 1995, Patrizia recebia cerca de 100 mil dólares por mês, como uma espécie de pensão. Reggiane jurou que destruiria o ex-cônjuge, além de dizer para várias pessoas que queria “vê-lo morto”, conforme relata a autora à BBC.

Por essas e outras, a socialite contratou um assassino de aluguel para pôr um fim nisso. Assim, em 27 de março de 1995, por volta das 8h30 da manhã, Maurizio Gucci foi alvejado por quatro tiros ainda na parte de fora de seu escritório. Ele tinha 46 anos na época. 

Patrizia Reggiani (Lady Gaga) e Maurizio Gucci (Adam Driver) em Casa Gucci/ Crédito: Universal Pictures

Em janeiro de 1997, a polícia italiana foi até o endereço de Patrizia Reggiani para levá-la à delegacia. Ostentando joias de ouro e um casaco de vison, ela pensava que estaria livre em algumas horas, de acordo com Sara. 

No entanto, em junho de 1998, o tribunal de Milão estabeleceu que ela teria que cumprir 29 anos de prisão, embora suas filhas tivessem pedido para que a sentença fosse anulada, dizendo que o tumor havia alterado sua personalidade. 

Em 2011, Patrizia Reggiani recusou um pedido de liberdade condicional, explica a BBC, pois um dos pré-requisitos para tal condição era que ela estivesse trabalhando. Por fim, ela ficou 18 anos presa, sendo solta por bom comportamento em 2016. 

Em entrevista posterior ao periódico Il Giornale, ela foi questionada sobre o que motivou arquitetar o crime. "Àquela época, eu estava convencida de que alguém como Maurizio não merecia viver".

Nunca contarei [o real motivo pelo crime]”, continuou. 

"Eu e Maurizio nos amávamos muito. Ele pedia a minha opinião em tudo na empresa. Todos os arquivos da marca estão guardados na minha mente, se estivessem nas minhas mãos, saberia o que fazer. Não vejo feminilidade nas marcas hoje em dia", polemizou.

A fundação da Gucci

Antes do crime que intriga muitas pessoas, a Gucci coleciona momentos históricos. Abaixo, você confere a saga da fundação da empresa através da animação: 'Cavalos, cânhamo e escândalo: Como foi fundada a Gucci', feita pelo site Aventuras na História em colaboração com a especialista em História da moda, Laura Wie, e a Openthedoor Estúdio de Animação.

Confira o vídeo!


+Saiba mais sobre o assunto através de grandes obras disponíveis na Amazon:

Casa Gucci: Uma história de glamour, ganância, loucura e morte, de Sara Gay Forden (2021) - https://amzn.to/3FHcJjk

Little Book of Gucci: The Story of the Iconic Fashion House: 7, de Karen Homer (2020) - https://amzn.to/2ZnvE3j

Gucci: A successful dynasty as recounted by a real Gucci, de Patrizia Gucci (eBook) - https://amzn.to/3xlcnMm

Tom Ford, de Anna Wintour (2004) - https://amzn.to/32shS0l

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp

Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W