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Matérias / Crimes

10 anos em cativeiro: a triste e perturbadora história de Tanya Kach

A mulher tinha apenas 14 anos de idade quando foi sequestrada pelo segurança da escola onde ela estudava. Viveu então muito terror psicológico e violações

Vanessa Centamori Publicado em 18/08/2020, às 16h12 - Atualizado às 16h13

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Tanya Kach em cena de divulgação do documentário I Survived (Sobrevivi, em português) - Divulgação/Youtube/Biography
Tanya Kach em cena de divulgação do documentário I Survived (Sobrevivi, em português) - Divulgação/Youtube/Biography

Tanya Kach era uma adolescente americana como outra qualquer. Tinha espinhas e alguns desentendimentos com os pais, que estavam prestes a se divorciar. Enquanto isso, dedicava-se aos estudos na Cornell Middle School, na Pensilvânia. Na época, ela estava na flor dos seus 14 anos de idade, e, naturalmente, possuía algumas inseguranças. 

Até que sua autoestima e juventude foram aniquiladas por um homem adulto, na casa dos seus 30 e poucos anos. O indivíduo reiterava à garota que ela era estúpida e ninguém se importava com ela — exceto ele, o segurança que trabalhava na escola onde ela estudava.

Após muitos episódios de assédio e jogos mentais, Kach foi manipulada pelo cidadão, que se chamava Thomas Hose, a deixar a própria família e ir morar com ele, naquele nebuloso mês de fevereiro de 1996. Tratava-se, claro, de um pedófilo. E dos mais sádicos e manipuladores possíveis. 

Thomas Hose, segurança condenado pelo sequestro de Tanya Kach / Crédito: Divulgação/Youtube/WTAE-TV Pittsburgh

A captura

A casa do sequestrador ficava a poucos quilômetros da residência dos pais de Kach. A jovem, dada como desaparecida, foi trancafiada em um quarto no segundo andar do imóvel de Hose. E assim ficou sendo abusada sexualmente por cerca de dez anos.

Logo de cara, nos primeiros quatro anos de cativeiro, ela não podia sair do local de modo algum. Fazia suas necessidades em um balde. No ano 2000, isso mudou levemente. Foi a primeira vez que a adolescente saiu para comprar roupas, mas não fugiu devido às ameaças que sofria. A garota acreditava fortemente que os pais não mais se importavam com ela e que ninguém acreditaria nela. 

Além de impedir o contato de Kach com a família, o pedófilo tentou apagar também a  identidade  da adolescente: a menina começou a ser chamada por ele não mais de Tanya Nach, mas de Nikki Allen. Até uma mudança no visual da vítima foi realizada, com a ajuda de uma cabeleireira. E, de modo perturbador, o adulto sequestrador a apresentou aos pais dele como sua "namorada". 

Em 2005, Kach passou a fazer compras e ir à igreja, mas tinha um toque de recolher muito rígido, tendo que telefonar a cada parada. A partir daí, enfrentou mais 6 anos de estupros e de insultos. Só podia tomar banho uma vez na semana e passava os natais presa em um armário. "Você é estúpida. Você é imatura", dizia Hose, ameaçando-a, segundo o Pittsburgh Tribune-Review. "Ninguém se preocupa com você além de mim". 

Uma brecha 

Um dia, Tanya Kach aproveitou uma das raras ocasiões em que podia sair de casa e acabou conversando com Joseph Sparico, dono do mercado J.J's Deli Mart, que ficava a duas quadras da casa onde ela era presa em cativeiro. 

O empresário acabou descobrindo que Kach usava nome falso para ir à loja. Ela teve que revelar seu nome verdadeiro e contou que era considerada desaparecida — até em caixas de leite o rosto dela estava. A moça então começou a chorar e a tremer. O homem, comovido e preocupado, acionou a polícia. 

Mais precisamente, Sparico ligou diretamente para seu filho — um policial aposentado, que reconheceu o nome de Kach. A seguir, o dono da loja telefonou para uma linha direta de crianças desaparecidas, que, mais tarde, acabou ajudando a reunir a jovem com sua família. 

Tanya Kach em entrevista feita em 2013 pelo WTAE-TV Pittsburgh/ Crédito: Divulgação/Youtube/WTAE-TV Pittsburgh

Prisão 

Thomas Hose foi acusado formalmente pela justiça em 2006, mais de duas semanas após a denúncia. No ano seguinte, ele confessou ser culpado. Em 26 de junho de 2007, ele foi condenado a uma sentença máxima de 15 anos de prisão, sendo negada liberdade de condicional, cinco anos depois.  

Também foi presa a cabelereira Judith Sokol, que, segundo os promotores, mudou a aparência de Kach para que ela não fosse notada ao mentir sua identidade. Considerada cúmplice do crime, Sokol ganhou de seis a 23 meses de prisão, somados a mais quatro anos de condicional. 

Vida após o cativeiro

Tanya Kach finalmente estava livre e, no começo, mal conseguia parar de repetir a frase "estou livre agora". Ela se reencontrou de modo emocionante com a família, após mais de 10 anos sem ver os parentes.

"Era uma garotinha. Agora ela está crescida", notou durante o reencontro a mãe de Kach, segundo o jornal Post-Gazette. “Era como olhar para um espelho. Eu realmente me parecia muito com ela naquela idade. A mudança de 14 para 24 é imensa", comentou. 

Em 2011, a sobrevivente lançou um livro chamado Memoir of a Milk Carton Kid: The Tanya Nicole Kach Story ("Memórias de uma criança de caixa de leite: a história de Tanya Nicole Kach"). A publicação da obra acabou gerando conflitos familiares, pois no livro a vítima dizia que sua infância turbulenta a tornou uma presa fácil para Thomas Hose.

Kach foi processada então pela madrasta e pelo próprio pai, com quem não falou por pelo menos três anos até a ação da justiça. A mulher relatou ainda que o relacionamento com a figura paterna sofreu grande desgaste.

“Atrás de portas fechadas, as coisas voltaram a piorar”, contou a vítima, em 2012, segundo o Pittburgh's Action News. “Meu pai começou a me culpar pelo que aconteceu, dizendo: 'Você sabia o que estava fazendo.' Eu disse: 'Pai, eu tinha 14 anos".


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