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Matérias / Ásia

10 vezes em que Kim Jong-Un demonstrou extrema contradição

O ditador da Coreia do Norte é uma figura singular da geopolítica mundial, governando um pequeno país asiático que é um dos poucos com a própria bomba atômica

André Nogueira Publicado em 21/04/2020, às 00h01

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Kim Jong-Un - Getty Images
Kim Jong-Un - Getty Images

Um dos líderes mais jovens do mundo, Kim Jong-un foi treinado para liderar a Coreia do Norte desde cedo, sendo declarado Líder Supremo do país e comandante-em-chefe das Forças Armadas desde 2011. Também é presidente de seu partido (Chosŏn Rodongdang), um dos três do país.

Kim um líder cultuado em seu país, revolucionando políticas herdadas por seu pai e renovando a face da Coreia do Norte. Retomando, ao mesmo tempo, o programa nuclear e as relações pacíficas com o Ocidente, seu governo é de difícil compreensão, ainda mais com o isolamento político do país, e destacado por inúmeras contradições.

Conheça dez momentos insólitos da vida pública de Kim Jong-Un em que o líder expôs grandes contradições de seu regime e sua administração.

1. Renovação, mas repetida

Kim planta uma árvore / Crédito: Getty Images

A proposta de governo de Kim Jong-Un envolvia uma teórica vontade de possibilitar que a Coreia do Norte reatasse relações saudáveis na política e economia em relação aos outros países, principalmente depois do fim da URSS. Porém, como forma de contrariar as sanções que o país recebe do bloco pró-EUA, o ditador reforçou o culto à personalidade no país e a retórica agressiva contra o Ocidente.

2. Seul e Pyongyang, Pyongyang e Seul

O principal objetivo político de Kim é favorecer a reunificação da Coreia, em trégua desde 1953. Entretanto, durante suas relações com a Coreia do Sul, a posição antiocidental e pró-nuclearização tendem a afastar o governo de Seul. Por iniciativa de Kim, ele e Moon Jae-in foram os primeiros presidentes a pisarem na Coreia oposta, respectivamente.

Kim em distribuidora de alimentos em Pyongyang / Crédito: Getty Images

3. Infância única

A infância de Kim foi marcada pelo luxo. Como filho do ditador da Coreia do Norte, ele cresceu no palácio do governo e foi tratado, desde cedo, como líder também. Porém, como afirmam estudiosos de sua vida, ele foi, e ainda é em certo ponto, muito solitário.

4. Pela paz?

Kim revelou que seus esforços têm o objetivo de atingir a paz geral na Ásia, e que o armamento nuclear do país tem um papel defensivo contra o imperialismo americano. Porém, numa frase famosa que proferiu indiretamente a Trump, ele foi ousado: "Um botão nuclear sempre está em minha mesa. E isso não é uma ameaça, é a realidade".

5. Relação com Donald Trump

Cúpla EUA-Coreia do Norte, em 2018 / Crédito: Wikimedia Commons

Donald Trump foi o primeiro presidente da história dos EUA a pisar em território norte-coreano, por incentivo de Kim, que busca a paz diplomática. Foi ao lado do presidente dos EUA, também, que se deu início a um programa de manutenção da paz através de tratados sobre o armamento.

Porém, Kim demonstrou o contrário em outros pronunciamentos: "Eu, segura e definitivamente, domarei o mentalmente perturbado americano senil com fogo. Ele é mentalmente perturbado".

6. Morte a (parte da) América

Kim é famoso por hostilizar a cultura pop yankee, afirmando que a indústria cultural dos EUA é de má qualidade e doutrinaria. Porém, segundo Kenzo Fujimoto, que o conheceu jovem, o ditador coreano era um grande fã de Whitney Houstoun. Além disso, o tirano também já foi flagrado em passeios na Disney.

7. A guerra na Síria

Novamente, contradições relativas à guerra: contra a manutenção de guerras genocidas, Kim ao mesmo tempo louva as ações de Bashar al-Assad, ditador sírio considerado, segundo a conta oficial do governo no Twitter, "um líder que luta contra a subversão em seu país e contra o imperialismo".

8. Relação com o Japão

Ko Yong-hui, mão de Kim / Crédito: Wikimedia Commons

No regime norte-coreano, um dos principais inimigos estrangeiros demonizados é o Japão, atacado diariamente por suas desavenças. Porém, é de conhecimento geral que a mãe de Kim era japonesa, e viveu no país durante seus primeiros 11 anos de vida, com nome japonês devido à imigração em massa depois da Guerra. Kim também já demonstrou gostar de elementos da cultura japonesa.

9. Situação geopolítica

A posição de Kim em relação à geopolítica regional do país é um tanto contraditória: associada, ao mesmo tempo em que rival, da China, sua política é claramente anti-Ocidente. Porém, ele se associou com Trump e negocia tratados de paz com a Europa. Todavia, nesse meio tempo, ele incrementou o programa de Energia Nuclear e anunciou a posse da bomba atômica no país.

Kim Jong-un / Crédito: Getty Images

10. O isolamento e ataques da mídia

Pouco se sabe ao certo sobre a política interna do país, não só devido ao isolamento, mas também porque a mídia Ocidental costumeiramente divulga inverdades sobre o regime norte-coreano, com intuito de abalar sua credibilidade.

Casos famosos demonstram a dubiedade das informações sobre Kim e a Coreia do Norte. Jang Song-thaek, tutor de Kim, teria sido morto por um bando de cães. Porém, nada disso foi comprovado e se alega que o modo como ele foi executado é comprovadamente falso.

Em outro episódio, Ri Yong-gil, general do exército, teria sido lançado num tanque de piranhas. Quase um ano depois, apareceu ao lado de Kim em foto oficial. Além disso, a morte de Kim Hyok-chol, diplomata que falhou em chegar à paz com os EUA, foi divulgada por setores da mídia asiática, mas sem credibilidade de nenhum veículo sério de imprensa.


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