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Matérias / Religião

Quem era o “Amado Discípulo”?

Entre os 12 discípulos que a Bíblia cita, havia um favorito. Quem era?

Fábio Marton Publicado em 11/06/2019, às 08h00 - Atualizado às 11h00

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Um dos quadros reproduzindo "A Última Ceia" - Reprodução
Um dos quadros reproduzindo "A Última Ceia" - Reprodução

Está em quase todos os quadros da Santa Ceia: uma figura distoante aparece ao lado de Jesus. É um rapazinho com traços femininos - extremamente femininos, como no caso do quadro de Leonardo da Vinci e outros. Em certas versões, ele reclina a cabeça nos ombros de Jesus (conforme João 13:23).

É o amado discípulo, citado seis vezes no Evangelho de João e em nenhum dos outros. Que, no que hoje chamaríamos de plot twist, é revelado, ao final do livro, como seu próprio autor (João 21:24). E que, naturalmente, foi identificado como o apóstolo João, daí o nome do evangelho.

Essa foi a resposta dos pais da Igreja no século 3. Mas não é uma resposta tida por satisfatória. O acadêmico bíblico Ben Witherington III e o teólogo Frederick Baltz, ambos dos EUA, defendem que seja Lázaro, já que as menções só começam após sua ressurreição.

Ícone Bizantino do Amado Discípulo / Crédito: Wikimedia Commons

Outros falam em Tiago, levando ao pé da letra o versículo citado na última página, em que ele diz ao amado discípulo que Maria é sua mãe.

A teoria mais ousada, lançada em 1998 por Ramon K. Jusino, da Notre Dame University (Nova York), é que seria ninguém menos que Maria Madalena. Jusino se baseia principalmente no apócrifo Evangelho de Maria, em que ela é mencionada como amada por Jesus múltiplas vezes.

Ele rejeita a ideia tradicional de que, como todos os outros apócrifos, tenha sido escrito muito posteriormente aos quatro evangelhos originais. No lugar disso, teria sido o Evangelho de João — isto é, de Maria — a ser editado para fazer com que ela aparecesse ao mesmo tempo que o Amado Discípulo, como quando a tumba de Jesus é aberta (João 20:2).