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Matérias / Personagens

133 dias abandonado no Atlântico Sul: A saga de Poon Lim

O mergulhador chinês sobreviveu a um naufrágio causado por alemães durante a Segunda Guerra Mundial — e chegou a terras brasileiras

Penélope Coelho Publicado em 27/05/2020, às 12h12

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Fotografia de Poon Lim - Wikimedia Commons
Fotografia de Poon Lim - Wikimedia Commons

Poon Lim era um homem apaixonado pelo mar e por seus mistérios, não à toa que ele escolheu seguir na profissão de marinheiro. Porém, algo que nunca havia passado pela cabeça do chinês até então, era que ele passaria mais de 100 dias à deriva na água, sobrevivendo por um triz.

Nascido na ilha chinesa de Hainan, em 8 de março de 1918, Lim viva sua vida normal, até que aos  25 anos e em plena Segunda Guerra Mundial decidiu trabalhar como marinheiro nos enormes navios mercantes britânicos. Em 1942 alistou-se para o exército e sua vida estava prestes a mudar para sempre.

Lim fotografado em sua balsa / Crédito: Wikimedia Commons

O naufrágio

Em novembro desse fatídico ano, Poon foi um dos tripulantes do navio mercante inglês, conhecido como SS Ben Lomond, que havia partido da Cidade do Cabo a caminho da Guiana Holandesa.

Em decorrência de condições meteorológicas inesperadas pelos tripulantes, a embarcação acabou se desviando de sua rota original, o que chamou a atenção de alemães que estavam a bordo do submarino U boot-172.

Em 23 de novembro, o comandante do U-boat decidiu torpedear o navio para afundá-lo. Enquanto o barco naufragava, Poon decidiu tomar uma decisão que iria salva-lo. Lim foi um dos poucos sobreviventes desse naufrágio, mas, as condições para que ele se mantivesse vivo foram brutais.

133 dias no mar

Percebendo a situação periclitante, Poon Lim pegou um salva-vidas e sem pensar duas vezes, saltou no mar antes do navio explodir. Após duas horas na água, o marinheiro de primeira viagem encontrou um barco salva-vidas e embarcou nele.

Por sorte, o barco continha alguns alimentos como biscoitos e um barril de água, além de sinalizadores e lanternas. Porém, não contava com remos e velas, fazendo com que Lim ficasse à deriva.

Inicialmente, Poon conseguiu sobreviver com os mantimentos encontrados, porém, era questão de tempo para que esses recursos se esgotassem. O homem teve que começar a colher água da chuva e pescar.

Para isso, o marinheiro teve que usar a criatividade em junção com a vontade de sobreviver, e criou um anzol com a mola da lanterna. Sempre que conseguia caçar algo, Lim abria o peixe com uma faca feita a partir das latas de biscoito e deixava pendurado em uma espécie de varal que ele criou, para que o alimento secasse.

Essa prática começou a atrair algumas gaivotas, para permanecer vivo, Poon matava essas aves para se alimentar e acabava bebendo o sangue do animal. Certa vez, enquanto os dias passavam e Poon não conseguia um resgate, o homem viveu um pânico ainda maior.

Lim chegou a ficar cercado por tubarões. O chinês costumava nadar em volta do barco para tentar se manter forte e com boas condições físicas na medida do possível. Quando percebeu a presença dos grandes predadores dos mares.  Como maneira de se livrar do animal e também tentando se alimentar, Lim chegou a caçar um tubarão.

O resgate

 Poon Lim após seu resgate / Crédito: Wikimedia Commons

Após passar quatro meses em condições extremamente precárias, Lim notou que a cor do mar havia mudado de azul para verde, mesmo sem saber onde estava o marinheiro percebeu que se aproximava da praia.

Foi ai que um pequeno grupo de pescadores encontrou a jangada de Lim, o homem havia acabado de chegar a terras brasileiras, depois de atravessar todo o Oceano Atlântico, chegando à região norte do país, no Estado do Pará, em Belém.

133 dias após o naufrágio, no dia 5 de abril de 1943, Poon Lim estava finalmente em terra firme novamente. Durante o período em que ficou à deriva, o chinês acabou perdendo dez quilos, estava fraco, porém conseguia se manter em pé.

Após passar algumas semanas em um hospital no Brasil, ele foi mandado de volta para a Inglaterra, mas, dessa vez de avião. O mergulhador se tornou uma figura importante no país, recebendo até condecorações do rei Rei George VI.

Depois de alguns anos na Inglaterra, Lim decidiu se mudar para os Estados Unidos, em busca de uma vida mais sossegada. Poon faleceu aos 73 anos em Nova York, no dia 4 de janeiro de 1991.


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