Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Brasil

36 dias na Amazônia: A impressionante saga pela sobrevivência do piloto Antônio Sena

A aeronave conduzida pelo brasileiro caiu em uma área isolada, iniciando uma jornada para se alimentar e manter a higiene

Wallacy Ferrari, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 04/04/2021, às 10h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Divulgação / Instagram / Antônio Sena
Divulgação / Instagram / Antônio Sena

No dia 28 de janeiro de 2021, o piloto Antônio Sena, apelidado de Toninho, assumia o controle do avião Cessna 210, de prefixo PT-IRJ, e partia de uma pista de Alenquer, no oeste do Pará, para uma região de garimpo em Almeirim, ainda no estado, mas já em zona de mata amazônica. As condições climáticas e de visibilidade eram excelentes, visto pela última vez por volta do meio-dia.

O que o piloto não previa, entretanto, seria uma pane na aeronave, que começou a apresentar inconsistência para manter os motores funcionando e, em poucos segundos, tendo de submeter Sena a um pouso forçado em meio a uma área de açaizal, caindo de bico. Apesar do choque, o condutor seguiu os protocolos de segurança e conseguiu sair com vida, apesar de ferido.

O choque pode ter sido um susto, mas era somente o começo de uma extensa expedição; no início, ainda conseguiu se alimentar com pães que guardou no avião, como informou a filial de Santarém do portal G1 — porém, ao longo dos dias, passou a sofrer as consequências da vida selvagem.

Toninho Sena posa para fotografia em frente a aeronave / Crédito: Divulgação / Instagram / Antônio Sena

Na natureza selvagem

Durante os 36 dias seguintes, o homem passou a se direcionar a algumas das áreas marcadas pela carta aeronáutica, ao leste da queda, como Toninho respondeu em uma sabatina no perfil pessoal do Instagram.

Na rede social, ainda revelou que as principais dificuldades eram as duras caminhadas em locais sinuosos, contando com o desgaste físico, além de ter de lidar com a fome, se alimentando de pequenas frutas que encontrava na floresta.

A floresta durante o período noturno também foi responsável por atormentar o piloto. Com sons intensos de ventania, Sena afirmou que os poucos momentos de sono eram atribuídos ao cansaço intenso, pois a possibilidade de encontrar animais da fauna local e problemas com o ambiente — desde quedas de árvores até possíveis chuvas — eram difíceis de lidar.

Ao G1, atribuiu uma calmaria maior quando encontrou um grupo de trabalhadores rurais, que o acolheu em barracas e auxiliou na alimentação: "Eles ficaram até com medo, mas depois me ajudaram, ajudaram muito, me deram o que comer. Eu só tenho a agradecer por tudo o que fizeram por mim. Os castanheiros têm um coração enorme. Dona Maria Jorge e todos os castanheiros, muito obrigado por tudo, eu amo vocês de coração".

Resgate de sucesso

O tempo de desaparecimento mobilizou aeronaves locais para fazer uma busca pelo condutor, sendo localizado no dia 5 de março pelo Grupo Aéreo de Segurança Pública (Graesp), que desceu um helicóptero para realizar o resgate.

O estado de saúde impressionava. Sorridente, a falta de nutrientes era notável pelos 25 quilos perdidos, mas ainda disposto a subir no avião e solicitar a alimentação.

Ao ser levado para Santarém, ainda passou por uma bateria de exames e avaliação nutricional para repor elementos primordiais para a vida. Mesmo assim, agradeceu a todos que auxiliaram de longe e oraram pelo seu estado de saúde, como publicou em suas redes sociais.