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5G: revolução ou evolução?

Com mudanças indiretas no futuro, o 5G vai impactar a sociedade significativamente

Nelson Mitsuo Shimabukuro Publicado em 13/05/2022, às 11h02

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Imagem meramente ilustrativa - ADMC, via Pixabay
Imagem meramente ilustrativa - ADMC, via Pixabay

Com a velocidade das mudanças tecnológicas e o aparecimento de novos produtos, plataformas e aplicativos, ficamos cada vez mais céticos quanto à capacidade da indústria em desencadear novos processos disruptivos.

O 5G trará mudanças significativas, de uma forma mais indireta e distante da percepção do grande público, mas ainda assim vai impactar significativamente a sociedade.

Quatro momentos

Para entender esta revolução, precisamos recordar o contexto histórico das tecnologias celulares. Entre 1982-1995, tínhamos as redes analógicas 1G, que suportavam chamadas de voz, ofereciam serviços caros e uma cobertura pequena.

Já o 2G, da década de 90, suportava mensagens de texto (SMS), multimídia (MMS) e a transmissão de dados de 14.4 kbps até 384kbps.

A era dos Smartphones 3G, nos anos 2000, tem o Japão como um dos precursores da popularização dos aplicativos multimídia para celulares, com serviços de alta qualidade de áudio, vídeo, roaming internacional e taxas de até 2Mbps.

A partir de 2010, iniciou-se a era do Streaming através das redes 4G e LTE, que suportam streaming de vídeo HD, com taxas de transmissão de até 1 Gbps, ampliando as possibilidades de interações e conteúdos multimídias ainda mais ricos.

A Coreia do Sul é precursora da corrida para o 5G em 2019. O país implantou a primeira rede nacional, seguida por várias outras iniciativas na China, Japão, Estados Unidos e Europa.

Crédito: torstensimon, via Pixabay

O que difere o 4G do 5G?

Obviamente, a expectativa por aumento de capacidade de transmissão de dados é esperada e, efetivamente, acontece de forma brutal. O 4G pode atingir velocidades de até 125 Mbps e o 5G até 2.500 Mbps, ou seja, 20 vezes mais rápido. Um filme que demora 6 minutos numa rede 4G, na sua sucessora será exibido em aproximadamente 20 segundos.

A latência ou tempo de resposta a uma solicitação, que na 4ª geração de internet está na faixa de 50 milissegundos, no 5G ficará em até 2 milissegundos. As aplicações que mais se beneficiarão serão as de IoT (Internet of Things), onde uma latência 20 vezes menor abre oportunidades de aplicações muito mais críticas de telemetria e controle, além dos veículos autônomos, drones e robôs muito mais funcionais, precisos e seguros. Em teoria, o sistema que será implantado poderá suportar dispositivos autônomos móveis com velocidade de até 500km/h.

Com a nova tecnologia, será possível aumentar a densidade de conexões, ou seja, quantos dispositivos poderão ficar conectados por km quadrado. O modelo atual é capaz de atender até 100.000 dispositivos em 1 km quadrado. Com a mudança, no 5G, a capacidade será dez vezes maior, ampliando a possibilidade de se ter muito mais aparelhos conectados, controlando e monitorando vários elementos como luzes, semáforos, medidores de água, sensores de segurança, câmeras de vídeo, elevadores, veículos, geladeiras etc.  

No universo da saúde, médicos poderão realizar cirurgias robotizadas e a distância, processo que deve ser democratizado com a ampliação no uso do 5G que, associado aos wearables, tecnologia de internet “vestível”, ampliará as possibilidades de diagnósticos e procedimentos remotos.

O caminho

Inicialmente, o novo modelo estará disponível apenas nas grandes capitais brasileiras, alternando-se a sistemas híbridos, mudando apenas a interface de rádio, porém mantendo o restante da infraestrutura como, por exemplo, a transmissão e comutação. Na sequência, ocorrerá a atualização para sistemas de ponta-a-ponta, que permitirá entregar todo o potencial da tecnologia.

Um dos desafios estabelecidos é a transposição dos obstáculos: ao utilizar altas frequências, o sinal não penetra tão facilmente os ambientes com paredes de concreto, além disso, folhas de árvores também podem causar interrupção nas transmissões.

Para colocar a tecnologia funcionando, será necessário amplo investimento monetário e tecnológico que exigirá dispêndio de energia razoável por parte das operadoras, fornecedores de tecnologia e todo o ecossistema de infraestrutura e usuários envolvidos. Mas o futuro com 5G trará, com certeza, uma revolução!

Nelson Mitsuo Shimabukuro é Mestre em Administração FEA-USP, Pós-Graduado em Marketing EAESP-FGV e Engenheiro Eletrônico. Investidor Anjo na FEA Angels e FGV Angels. Co-founder da Innovabiz com passagens como executivo pela EuNerd, Glory Global Solutions, NEC, Diebold, IBM, Digitel, Openwave Inc, Ericsson e HSBC. Professor Universitário há mais de 20 anos e desde 2008 Professor Adjunto em Graduação e Pós-Graduação nas matérias de Sistemas de Informação, Inteligência de Negócios, Comportamento Organizacional, Empreendedorismo, Gestão da Inovação e Marketing em Ambientes Digitais da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).