No final da década de 1920, a mulher já não aguentava mais seu casamento frustrado e, ao lado do amante, decidiu que mataria seu marido — mas as coisas não saíram como o planejado
Pamela Malva Publicado em 12/07/2020, às 18h00
Quando se casou com Albert Snyder, a jovem Ruth Brown sonhava com um verdadeiro conto de fadas. Em pouco tempo, no entanto, a vida em conjunto mostrou ser bem mais complexa do que ela imaginava ao subir no altar.
Tudo piorou quando Albert demonstrou não superar sua ex-noiva, Jessie Guischard, que estava morta há dez anos. Ele ainda amava sua antiga companheira com todo o coração e lembrava dela a cada minuto de sua existência.
Morando no Queens, um bairro de Nova York, Ruth já não aguentava mais seu casamento quando conheceu Henry Judd Gray. Já casado, o vendedor de espartilhos era bastante atraente e os dois se envolveram em caso apaixonado, em 1925.
Tão perigoso quanto feroz, o amor adúltero logo se tornaria o combustível para algo muito pior. Aquela era a chance que Ruth esperava desde que perdeu interesse por Albert. Ela finalmente poderia se livrar do casamento frustrado.
Um plano terrível
Ao lado de Henry, que se mostrava bastante relutante, Ruth começou a planejar a morte de seu marido. Ela pensava nisso dia e noite e queria dar um fim ao homem responsável pelo que ela enxergava como uma tortura constante.
Com tudo decidido, a mulher fez com que Albert comprasse um seguro de vida — uma apólice que previa ainda mais dinheiro caso um ato inesperado de violência matasse a vítima. Contrato assinado, Ruth poderia ganhar 48 mil dólares com a morte de Albert.
O resto do plano, por outro lado, foi muito mais complicado: foram cerca de sete tentativas de assassinato. Para a frustração de Ruth, Albert saiu ileso todas as vezes. Em 20 de março de 1927, entretanto, eles finalmente conseguiram.
Juntos, a mulher e seu amante atropelaram o pobre Albert e, para que ele ficasse imóvel, encheram seu nariz com tecidos embebidos em clorofórmio. Por fim, o assassinato foi encoberto por falsos indícios de um roubo que nunca aconteceu.
As investigações
Logo que a morte foi registrada, os detetives do caso notaram a falta de evidências concretas que indicariam um crime de latrocínio. Ainda mais, Ruth não parecia estar abalada com a morte de seu esposo e, quando foi questionada, acabou citando seu amante sem querer. Assim, Henry tornou-se um dos principais suspeitos.
A rede de mentiras, no entanto, logo foi desmascarada e, em pouco tempo, os dois criminosos foram levados ao júri. De frente com os oficiais, Ruth e Henry entregaram um ao outro e, juntos, como sempre, foram condenados e sentenciados à morte.
No dia 12 de janeiro de 1928, aos 32 anos, Ruth foi guiada pelo corredor que veria em vida. A execução por cadeira elétrica foi fotografada por Tom Howard, do Chicago Tribune. Dez minutos mais tarde, foi a vez de Henry dar seu último suspiro.
Aos 10 anos, Lorraine Brown Snyder, a filha de Ruth e Albert, nunca descobriu o que realmente aconteceu com seus pais. Em setembro de 1927, após uma longa batalha na justiça, a guarda da menina foi concedida à avó materna dela, Josephine Brown.
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