Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Personagem

La Mataviejitas: Documentário da Netflix relembra primeira serial killer do México

A mulher utilizava um jaleco e se passava por uma enfermeira para entrar na casa das idosas

Redação Publicado em 06/05/2020, às 20h17 - Atualizado em 05/08/2023, às 12h48

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Juana Barraza, a mulher que matava idosas - Divulgação/Netflix
Juana Barraza, a mulher que matava idosas - Divulgação/Netflix

A mexicana Juana Barraza teve uma vida repleta de reviravoltas. A jovem morava com sua mãe, Justa Samperio e a relação nunca foi marcada por afeto, e sim por muitas conturbações. Em depoimento, revelou que sua mãe a trocou por uma caixa de cervejas com um homem que a abusava

Em um dos episódios turbulentos, Samperio trabalhou até mesmo como prostituta. Sem apoio familiar, Barraza decidiu seguir sua vida em 1980, após a morte de sua mãe. Ao se mudar para o México, a mulher passou a ser conhecida como uma lutadora profissional e ganhou o apelido de 'Dama do Silêncio'. 

Cena de 'A Dama do Silêncio: La Mataviejitas' |Crédito: Divulgação|Netflix

Acredita-se que essa tenha sido a maneira que a lutadora encontrou de focalizar sua raiva. Em uma saga chocante, entrou para a história do México como a 'La Mataviejitas', que é resgatada através de um novo documentário da Netflix: 'A Dama do Silêncio: La Mataviejitas'.

"Este documentário mergulha na história da primeira serial killer do México, cuja trilha de assassinatos chocou o país', explica a sinopse do documentário. 

A Dama do Silêncio

 Juana teve filhos de relações diferentes. Todavia, sua maré de azar não tinha fim. Seu primeiro filho morreu quando ainda era jovem, vítima de assaltantes que o espancaram. Pouco tempo depois, segunda herdeira saiu de casa ao se casar. Juana teve apenas a companhia dos outros dois filhos por mais tempo, um garoto de 13 anos e uma menina, de 11, como registrado pelo The Guardian em 2006. A mulher deixou de lado sua profissão e seguiu um caminho pelo qual ficaria ainda mais conhecida – mesmo que por um motivo trágico.

A partir de 2002, a Cidade do México passou a presenciar um aumento no número de roubos e assassinatos. Os moradores, porém, mal sabiam que esses atos eram provenientes da Dama do Silêncio.

Acredita-se que os assaltos foram motivados por sua decadente condição financeira, já que ela havia se aposentado de sua profissão e não dispunha de uma renda fixa. Já os assassinatos, todavia, representavam apenas um ato de combustão de toda a raiva que a mulher havia armazenado desde a sua infância, principalmente de atos relacionados a sua mãe.

Bandeira com o rosto da assassina, Juana Barraza / Crédito: Divulgação 

Desde o início, suas vítimas mais comuns eram mulheres idosas que moravam sozinhas, e todos os seus atos seguiam o mesmo esquema: estrangulamento e assalto. Para isso, a criminosa conseguiu uma lista do governo com o nome de diversas idosas e agiu como uma funcionária do governo.

Um de seus crimes mais conhecidos foi na residência de Maria de la Luz González. Com um jaleco branco, Juana bateu a sua porta e a informou que prestava serviços médicos a favor do governo.

Sem pensar duas vezes, González abriu a porta de sua casa para que a suposta enfermeira pudesse entrar. Em pouco tempo, a ex-lutadora a violentou e a enforcou até que morresse.

Não demorou muito para que os próximos planos da destemida Barraza fossem colocados em prática. Durante três meses, a mulher identificou suas próximas vítimas e passou a atacar novamente.

Acredita-se que a homicida espancava as mulheres mais velhas com diversos golpes na cabeça, mas que não causavam uma morte imediata. Dessa maneira, a morte viria lentamente, o que resultava em mais sofrimento para as vítimas.

O início da investigação

Ao investigar o caso do aumento de mortes de idosas com mais de 60 anos, a polícia acreditava que o assassino era uma travesti, já que muitas testemunhas alegavam que a pessoa apresentava 'características masculinas', como grandes músculos.

As autoridades deram início a Operação Parques e Jardins, que era uma referência a locais onde a assassina cometia parte de seus crimes. Os policiais faziam questão de distribuir panfletos sobre o que estava acontecendo e aconselhavam que idosos a tivessem cuidado quando um desconhecido batesse à porta.

As autoridades não pararam nem um minuto até que o culpado fosse encontrado. E então, no dia 25 de janeiro de 2006, a polícia se deparou com uma pista: a casa de Ana María de lós Reyes Alfaro havia sido assaltada e a vítima assassinada. No momento do crime, ela acabou sendo flagrada.

Quando um homem chamou atenção das autoridades que faziam as rondas, era o ato final da ex-lutadora. Ela foi encontrada a poucos quarteirões do local do crime.

Dessa maneira, após quatro anos marcados por inúmeros assassinatos, Juana foi presa e relacionada a mais de 30 homicídios. Enquanto seu julgamento ocorria, a mulher foi culpada por 16 deles e mais 12 assaltos, o que resultou em 759 anos de prisão e sem nenhuma chance de liberdade condicional.


*Com informações do El País e The Guardian;