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Matérias / Estados Unidos

88 dias em cativeiro: o agoniante sequestro de Jayme Closs

A menina de 13 anos, que presenciou o brutal assassinato dos pais, foi raptada por um maníaco obsessivo

Caio Tortamano Publicado em 25/01/2020, às 08h00

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Imagem meramente ilustrativa de uma boneca quebrada - Getty Images
Imagem meramente ilustrativa de uma boneca quebrada - Getty Images

Jayme Closs tinha 13 anos quando Patterson, de 21, a viu saindo de um ônibus escolar pela primeira vez em 2018. Nos dias seguintes, depois de descobrir onde a menina morava, passou a observar a rotina dela, e ensaiou um ataque por duas vezes seguidas em frente à casa.

Na terceira vez, o — frustrado — aspirante a fuzileiro naval tinha com uma escopeta escondida, e tentou entrar na residência localizada na pequena cidade de Barron, em Wisconsin, onde moravam Jayme e seus pais. A invasão do sequestrador (vestido com roupas pretas e uma balaclava) despertou a fúria do cachorro dos Closs, que ao latir, acordou todos no local.

Mesmo assim, Jake não desistiu. Depois que o pai da menina apareceu na porta, pensando se tratar de um policial, pediu para que o criminoso apresentasse alguma identificação. A resposta de Patterson veio em forma de um tiro na cabeça do homem.

A jovem Closs / Crédito: Divulgação/Facebook

A partir daí, com a casa livre, o sequestrador vagou pela residência escurecida na madrugada procurando o seu alvo. Em um dos banheiros da casa, Jayme e sua mãe Denise se escondiam do malfeitor. A mulher tentou ligar para a polícia, mas foi incapaz de falar qualquer coisa devido ao choque.

O contato, entretanto, foi decifrado pelo atendente após pedir sinais para a mãe - assim descobriu que algo de errado estava acontecendo na casa das vítimas.

Enquanto isso, a porta do banheiro era aberta com cada tiro disparado por Patterson, que conseguiu chegar até elas. Evitando deixar qualquer testemunha pra trás, Denise foi morta do mesmo jeito que seu marido. Jayme fora amordaçada e jogada dentro do porta-malas do sequestrador, devidamente modificado para que ela não conseguisse o abrir por dentro.

Os policiais que atenderam ao chamado da falecida Denise chegaram quatro minutos depois da ligação. Todavia, foi em vão: não conseguiram salvar a vida dos pais de Closs. Ou impedir o principal objetivo do lunático: o sequestro. 

O perturbado rapaz dirigiu até uma cabana onde morava, em Gordon, uma cidade próxima. Obrigou a garota a trocar de roupa, e ordenou que ela estivesse debaixo da cama de solteiro onde ele dormia. Em seguida, a cercou com entulhos e pesos para que não conseguisse fugir.

Essa foi agonia que ela viveu enquanto a polícia e a família da garota buscavam qualquer pista que pudesse revelar para onde ela teria sido levada. Aparentemente, Patterson cometeu o "crime perfeito", e não deixou nenhuma evidência para trás.

O período de cativeiro foi resumido em algumas breves caminhadas do lado de fora da cabana, monitoradas de perto pelo sequestrador. Por mais que desejasse, Jake Patterson não teve coragem de estuprar a menina depois de ter matado os seus pais.

A certeza da impunidade tomou a mente do rapaz. 88 dias depois do sequestro — tendo até recebido familiares em casa enquanto mantinha a menina em cativeiro — Jake avisou que iria para seu trabalho e que se ela tentasse qualquer coisa, acabaria encontrando o mesmo fim que os pais.

Closs, porém, foi corajosa. Depois de um tempo do sequestrador fora de casa, a garota começou a empurrar as caixas que a prendiam embaixo da cama e conseguiu abrir uma fresta por onde saiu de seu cativeiro.

Fugindo da cabana usando somente de uma camiseta, uma calça legging e um tênis, Jayme Closs cruzou com uma vizinha do maníaco. A mulher rapidamente reconheceu a garota e ofereceu ajuda.

A polícia chegou rapidamente. As informações dadas pela sobrevivente localizaram  Patterson, que não deixou nem mesmo os policiais interrogarem ele. “Eu confesso, fui eu.” Teria dito o homem.

Jake durante o julgamento / Crédito: Getty Images

O julgamento foi direto: Jake Thomas Petterson foi sentenciado à prisão perpétua, sem fiança, por duplo homicídio e sequestro. Jayme, sem os seus pais, passou a viver com a sua tia, Jennifer Smith. Em uma carta recebida pelo tribunal durante a condenação de seu sequestrador, ela afirmou que “ele nunca poderá tirar minha liberdade. Eu fui corajosa. Ele, um covarde”.


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