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Matérias / Música

Há 25 anos, morria o rockstar Michael Hutchence, líder do INXS

O símbolo sexual dos anos 1990 teve uma virada na sua vida quando se tornou pai — e acabou se afundando nos excessos

Wallacy Ferrari Publicado em 09/04/2020, às 11h14 - Atualizado em 22/11/2022, às 11h00

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Retrato fotográfico de Michael Hutchence em um fundo preto - Wikimedia Commons
Retrato fotográfico de Michael Hutchence em um fundo preto - Wikimedia Commons

Junto com o sucesso estrondoso do álbum Kick no final dos anos 1980, a banda australiana INXS entrou no século 20 com o status de sensação mundial ao misturar new wave com rock. Muito de sucesso também é atribuído ao líder, Michael Hutchence, com uma presença de palco tímida, porém poderosa, se tornando um dos maiores sex symbols na indústria musical.

Apesar de ter revelado o medo de plateias e tirar suas lentes de contato para evitar ver o público, estampou diversas capas de revista com destaque ao vocalista, que com seus longos cabelos ondulados, centralizava publicações com muita naturalidade. Além disso, seu estilo de vida na alta sociedade rendeu-lhe amizades com Bono Vox, Johnny Depp, Lenny Kravitz e outros astros da época.

Sua fama de boa pinta não se restringia apenas a comentários; sempre ligado em moda, o cantor namorou Kylie Minogue e a guiou a cantora para se também se tornar um símbolo sexual, apesar da crença midiática de que Michael estaria corrompendo a companheira. Também teve um relacionamento com a supermodelo Helena Christensen e chegaram até a comparecer juntos em desfiles de moda.

Michael em destaque em capas da revista Rolling Stone / Créditos: Divulgação

Porém, nenhum relacionamento de Michael foi mais notável do que os anos que passou com Paula Yates. Os dois se conheceram no talk-show The Big Breakfast, que era apresentado pela loira em uma cama. A sintonia foi rapidamente notada pelos espectadores, que chegaram a comentar que a inglesa “ovulava ao vivo quando enaltecia” Hutchence. O único empecilho é o fato de que Paula era casada com o ativista Bob Geldof.

O romance foi revelado da maneira mais invasiva possível: nas capas de tabloides britânicos por via de fotos de um paparazzi ao sair de um hotel. O divórcio do ativista foi rapidamente acionado e os três filhos do casal passaram a ser objetos no processo de guarda. Em 1996, no primeiro ano de união, o vocalista e a loira tiveram a primeira filha, Heavenly Hiraani Tiger. Os problemas pessoais, no entanto, eram maiores do que a felicidade do australiano em ser pai.

O começo do fim

A influência de Paula na vida de Michael resultou em uma série de hábitos distintos de sua antiga rotina. Antes de conhecer a apresentadora, Michael passava boa parte de seu tempo em uma casa de veraneio em Nice, na França, onde costumava realizar exercícios físicos e praticar ciclismo urbano. Passou a usar drogas ilícitas, além de intensificar o consumo de antidepressivos receitados por medos durante sua vida.

A entrevista no The Big Breakfast e uma capa estampando escândalos do casal / Créditos: Divulgação

No meio da batalha judicial pela guarda, uma embalagem de doces contendo drogas foi encontrada na residência do casal, dando a guarda das crianças a Bob, em Londres. Porém, com medo de que Paula influenciasse negativamente a criação dos filhos, tentou cuidar sozinho de todos em sua terra natal, Sydney. Sem sucesso, prosseguiu frequentando festas, mas sempre externando o desconforto com a vida pública.

Na noite de 21 de novembro de 1997, o uso combinado de drogas, álcool e antidepressivos deixou Michael sozinho e bastante alterado no hotel que estava hospedado. Decidiu então, ligar para alguém que pudesse atendê-lo em um momento sensível. Martha Trump foi uma das pessoas que receberam uma chamada do australiano, no entanto, não atendeu pelo horário, obrigando Hutchence a deixar uma mensagem na secretaria eletrônica.

Chorando e com palavras confusas, o mesmo dizia que “não aguentava mais” e que não tinha mais coragem para retornar aos palcos. Foi o último registro da voz que marcou uma geração. Sua última ligação foi atendida por Bob Geldof.

Após as tentativas de amparo, o cantor prendeu um cinto na maçaneta da porta e se enforcou, sendo encontrado somente na manhã do dia 22. A hipótese inicial era de que o músico havia falecido após uma tentativa de asfixia autoerótica, por ter sido encontrado com poucas roupas e de pernas cruzadas ao chão. Entretanto, foi possível concluir que o suicídio foi intencional e por causas decorrentes a sua depressão.

Seu irmão Rhett, que foi até o local do óbito e reconheceu o corpo de Michael, afirmou que os móveis estavam completamente revirados, como um surto. Cinco dias depois, seu funeral foi realizado em Sydney, na Catedral de Santo André, com os membros da banda carregando seu caixão. Seu corpo foi cremado e parte de suas cinzas foram atiradas em reservas florestais na Austrália.