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Matérias / Segunda Guerra

Em plena Segunda Guerra, a vida brutal das escravas sexuais coreanas

Acredita-se que cerca de 200 mil mulheres foram forçadas a oferecer serviços eróticos para soldados japoneses

Fabio Previdelli Publicado em 18/12/2020, às 15h00

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Mulheres de conforto em Myitkyina em 1944 - Wikimedia Commons
Mulheres de conforto em Myitkyina em 1944 - Wikimedia Commons

Durante a Segunda Guerra Mundial, estima-se que cerca de 200 mil mulheres, principalmente chinesas e as da península da Coreia, foram forçadas a oferecerem serviços sexuais para soldados japoneses, especialmente, no período final do conflito — que terminou em 1945.

A questão causou, há tempos, conflitos na relação entre Coreia do Sul e Japão. As desavenças só foram resolvidas, em partes, em 2015, quando os dois países chegaram a um acordo — o que acarretou um pedido formal de desculpas de Tóquio, além do pagamento de 1 bilhão de ienes, cerca de 28 bilhões de reais, como forma de indenização para as vítimas.

Entretanto, muitos coreanos consideraram o ato insuficiente, e a questão permanece, desde então, como um fator prejudicial na relação entre as duas nações.

As raras imagens de escrava sexuais coreanas na Segunda Guerra / Crédito: Divulgação

Um dos poucos registros que se tem sobre essa questão, é o vídeo encontrado por pesquisadores sul-coreanos, em 2017, que vasculharam os arquivos dos Estados Unidos, em uma ação financiada pelo governo do país oriental.

O filme mudo, em preto e branco, e com apenas 18 segundos de duração, mostra sete mulheres coreanas diante de diversos soldados americanos e chineses que lutaram contra a ocupação japonesa.

Estima-se que as imagens foram feitas em 1944 em Sonshan, na província de Yunnan, no sul da China, diante de uma “comfort station”, ou estação de conforto, em tradução livre — que seria o nome dado aos prostíbulos.

As sete mulheres coreanas, que aparecem no vídeo, foram libertadas em 1944. Já o oficial falando com elas no vídeo foi identificado como o capitão das tropas conjuntas, apontou os pesquisadores.

O histórico dos bordéis antes da Guerra

Embora existissem prostíbulos militares nas forças armadas japonesas desde 1932, eles só se expandiram amplamente após um dos incidentes mais infames da tentativa do Japão imperial de dominar a República da China e uma ampla faixa da Ásia: o estupro de Nanquim.

Em dezembro de 1937, tropas japonesas iniciaram um massacre que durou seis semanas e dizimou a cidade chinesa de Nanquim. Ao longo do trajeto, as tropas japonesas estupraram entre 20 mil e 80 mil mulheres chinesas.

As raras imagens de escrava sexuais coreanas na Segunda Guerra/ Crédito: Divulgação

O episódio horrorizou o mundo. Como o imperador Hirohito estava preocupado com o impacto da ação na imagem do Japão, ele ordenou que as forças armadas expandissem as estações de conforto — em um esforço para evitar novas atrocidades, reduzir doenças sexualmente transmissíveis e garantir que um grupo isolado e saudável de prostitutas pudessem satisfazer os desejos sexuais de seus soldados.

No entanto, o ‘recrutamento’ significava sequestrar ou coagir essas mulheres. Um exemplo disso é Lee Ok-seon, que estava fazendo uma tarefa para seus pais quando ela foi cercada por um grupo de homens uniformizados que saíram de um carro, a atacaram e a arrastaram para dentro do veículo. Aquele seria sua última recordação de sua vida normal. Lee jamais veria seus pais novamente. Ela tinha apenas 14 anos.

Assim como Lee, outras mulheres vieram de todo o sudeste da Ásia. Algumas delas foram convencidas a viajar sob o pretexto de que fariam parte de unidades de enfermagem ou assumiriam outros empregos disponíveis.

Quando estavam nos bordéis, as mulheres foram forçadas a fazer sexo com seus raptores em condições brutais e desumanas. Embora a experiência de cada mulher tenha sido diferente, seus testemunhos compartilham muitas semelhanças: estupros repetidos que aumentavam antes das batalhas, dores físicas agonizantes, gravidez, doenças sexualmente transmissíveis e condições sombrias.

O fim da Segunda Guerra não impediu o término desses atos no Japão. Em 2007, repórteres da Associated Press descobriram que as autoridades dos Estados Unidos permitiram que as estações de conforto operassem bem depois do fim do conflito, e que dezenas de milhares de mulheres nos bordéis foram forçadas a fazer sexo com americanos.


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Silenced No More: Voices of 'Comfort Women' (English Edition), Sylvia S.J. Friedman (2015) - https://amzn.to/2RDzD5q

Comfort Woman: A Filipina's Story of Prostitution and Slavery under the Japanese Military (Asian Voices) (English Edition), Maria Rosa Henson (2016) - https://amzn.to/346XJYT

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