Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Estados Unidos

A enfermeira que foi alvo da desinformação sobre a covid-19

O caso da profissional está sendo usado pelo governo local para alertar a população sobre os riscos de não se imunizar

Wallacy Ferrari, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 25/09/2021, às 06h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Natalie em fotografias antes e durante o tratamento - Divulgação / Facebook / Natalie Rise
Natalie em fotografias antes e durante o tratamento - Divulgação / Facebook / Natalie Rise

Uma enfermeira em Idaho, nos Estados Unidos, exercia sua profissão há anos; identificada como Natalie Rise, fazia questão de se dedicar ao trabalho de saúde domiciliar com munícipes de seu condado. No tempo livre, ainda reunia esforços para cuidar de seus filhos, gêmeos e portadores de necessidades especiais.

Contudo, um descuido com o critério de confiança nos veículos de comunicação foi capaz de custar-lhe a vida, em meio a diversas fake news sobre a eficiência de procedimentos contra o novo coronavírus.

Após receber conteúdos relacionados à pauta antivacina atrvés de redes sociais, Natalie deixou de lado seu treinamento técnico e as bases científicas do mesmo para amplificar as informações falsas sobre a ineficácia da vacina, recusando a imunização contra a covid-19. Era o início de um fim evitável.

O conteúdo fake

Aos 46 anos de idade, ela recusou a disponibilização pública e gratuita de imunizantes contra o novo coronavírus nos EUA. Em entrevista à CNN norte-americana, o irmão Daryl Rise disse que as fake news teriam sido capazes de convencê-la de que não existia estudo comprovando a cura ou fortalecimento após a aplicação da vacina, dizendo isso para familiares e pacientes.

“Ela estava me dizendo para não ser vacinado”, explicou Daryl Rise à CNN Internacional. "Acho que foi por desinformação, acho que caiu nas redes sociais e blogueiros negativos, YouTubers."

Argumentando ineficácia, ela não deixou de lado o discurso nem quando sua mãe foi infectada pela doença, chegando a ser internada em coma, mas com a imunização completa. A filha, por sua vez, não havia recebido nenhuma aplicação e, mesmo sendo mais jovem, também foi infectada com a doença que atingiu a genitora.

Em paralelo às infecções, a cidade de Coeur d'Alene, onde residia com a mãe, passou a enfrentar uma nova onda de ocupações em leitos de hospitais, desencadeando uma crise de capacidade com pessoas não vacinadas —que, por sua vez, teve de acionar uma medida desfavorável a Natalie.

“Estamos ouvindo de todos esses médicos e profissionais que têm toda essa educação e estão basicamente implorando para que tomemos a vacinação. As pessoas que estão nos dizendo para não fazer isso não são tão educadas quanto esses médicos, e eles estão seguindo as redes sociais. Não importa se somos um burro ou um elefante. É uma escolha pessoal, mas os números não mentem ", explicou o irmão da enfermeira, conforme repercutiu a People. "Eu acho que as coisas teriam sido diferentes com Natalie e mamãe se elas tivessem sido vacinadas."

Natalie em fotografia pessoal com os filhos / Crédito: Divulgação / Facebook / Natalie Rise

Fim trágico

Próximo de um colapso, o estado de Idaho decidiu que provedores de saúde teriam permissão para racionar os cuidados, optando por quem está tecnicamente mais acometido pelos sintomas da doença.

Em poucos dias, o novo coronavírus acometeu Natalie com força, sendo posteriormente deslocada para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), passando a respirar com ventilação mecânica. Ela acabou falecendo em 22 de agosto de 2021.

A mãe, que estava em coma, conseguiu sobreviver e se recupera em casa, gradativamente. Os filhos gêmeos, com 10 anos de idade, tiveram a guarda repassada provisoriamente ao irmão Daryl.

Em comunicado, o Departamento de Saúde de Idaho explicou que o exemplo da enfermeira enfatiza a dificuldade da crise sanitária enfrentada pelo estado: ”Pode parecer muito diferente de como você recebeu atendimento no passado. As cirurgias estão sendo adiadas, os departamentos de emergência estão lotados e pode não haver leitos para os pacientes serem admitidos no hospital”.