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Matérias / Monarquia

Única filha mulher de Elizabeth II: A fracassada tentativa de sequestro à princesa Anne

Em 1974, um homem perseguiu o carro em que se encontrava a filha da rainha e disparou contra três homens

Daniela Bazi Publicado em 02/10/2020, às 08h00

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Princesa Anne, filha de Elizabeth II - Getty Images
Princesa Anne, filha de Elizabeth II - Getty Images

Na noite do dia 20 de março de 1974, por volta das 20 horas, a princesa Anne junto de seu recém-marido, o capitão do exército britânico Mark Phillips, voltavam para o Palácio de Buckingham após uma exibição de filmes de caridade.

Eles se encontravam em uma limusine Rolls-Royce marrom com as insígnias reais, e estavam acompanhados no banco de trás da dama de companhia da princesa, sentada na frente do casal, do guarda-costas James Wallace Beaton no passageiro e do motorista Alexander Callendar.

Princesa Anne e o marido, o capitão Mark Phillips em um Rolls-Royce em fevereiro de 1974 / Créditos: Getty Images 

Chegando próximo ao palácio, um Ford Escort branco os ultrapassou e forçou a parada. Segurando duas pistolas, um homem barbudo, de cabelos ruivos, chamado Ian Ball desceu do carro e se direcionou a limusine para tentar sequestrar a princesa.

Sem ter visualizado as armas e presumindo que seria apenas uma discussão de trânsito, o guarda-costas James Beaton foi ao encontro de Ball, que o acertou um tiro no ombro direito, e tentou revidar mas não conseguiu devido ao machucado.

Ian tinha 26 anos, era desempregado e portador de doenças mentais. Ele havia alugado o carro com o nome falso de John Williams e seguido o Rolls-Royce na saída do evento. Ball carregava consigo dois pares de algemas, tranquilizantes e uma carta de resgate endereçada à rainha, onde haviam críticas a família real, e pedia 2 milhões de libras para a liberação da princesa, onde deveriam ser guardados em 20 malas destrancadas e entregues por Elizabeth II em um avião com destino a Suíça.

A limusine real e o carro de Ian Ball na cena do crime / Créditos: Getty Images

Com o guarda-costas abatido, Ball se dirigiu a princesa, balançando o carro, e ameaçando atirar caso não abrissem as portas. A dama de companhia de Anne se arrastou para a porta do lado do passageiro e ajudou Beaton a retornar ao carro, se posicionando entre o casal e o agressor, que ao perceber a movimentação atirou novamente no carro, e acertou a mão de James. No terceiro disparo, o segurança foi mais uma vez alvejado e se forçou a sair da limusine e cair no chão.

O motorista também tentou ajudar mas, ao sair do carro, levou um tiro no peito e caiu no banco. Essa foi a chance do sequestrador abrir a porta traseira e segurar o braço de Anne, tentando puxa-la enquanto seu marido Phillips a agarrava pela cintura. No meio da discussão, o vestido da princesa rasgou e a mesma tentou ter o que chamou de “uma conversa muito irritante” com Ian.

O primeiro a chegar na cena foi o policial Michael Hills, de 22 anos, que estava patrulhando pelas proximidades. Ao se aproximar de Balls, o oficial foi alvejado no estômago mas, antes de desmaiar, conseguiu pedir ajuda via rádio. Ronald Russell, um ex-pugilista, o jornalista do Daily Mail John Brian McConnell e o motorista Glenmore Martin também estiveram presentes na tentativa de sequestro.

Anne visitando o oficial Michael Hills no hospital após o atentado / Créditos: Getty Images

Enquanto Martin ajudava o oficial Hills, McConell tentou argumentar com Ball, pedindo para que abaixasse a arma, mas também foi atingido. Era o terceiro homem que se encontrava caído e sangrando.  

Voltando a lutar pela princesa, Russell se aproximou por trás e agrediu Ian com um soco na nuca. Anne, tentando ajudar, abriu a porta traseira do lado oposto para distrair o sequestrador. Sua ideia foi muito bem sucedida, já que ao ver a movimentação, Ball se direcionou até a porta aberta e Ronald conseguiu agredi-lo novamente enquanto mais policiais chegavam ao local.

Ball tentou fugir, mas foi pego por Peter Edmonds, um detetive temporário que conseguiu segui-lo e efetuar a prisão. Após o acontecimento, muitas coisas da investigação permaneceram confidenciais. O secretário Jenkins disse em comunicado a imprensa ter ordenado o aumento da proteção real, mas sem muitos detalhes.

Policiais investigaram todos os arredores da cena do crime / Créditos: Getty Images

No dia seguinte da tentativa de sequestro, o casal estava vivendo normalmente a sua rotina. Enquanto o capitão Phillips instruiu cadetes nos campos de tiro nos terrenos de Sandhurst, a princesa Anne passou o dia cuidando de seus cavalos.

Em 4 de abril, durante o julgamento do caso, Ian Ball assumiu a culpa e declarou o motivo que o levou a cometer o crime. “Gostaria de dizer que fiz isso porque queria chamar a atenção para um fato. Faltam instalações para o tratamento de doenças mentais no Serviço Nacional de Saúde.”. Ele foi condenado a cumprir sua pena em Broadmoor, um hospital psiquiátrico de segurança máxima.

Rainha Elizabeth e Princesa Anne com todos os envolvidos no caso / Créditos: Getty Images

Durante o mês de setembro do mesmo ano, a rainha Elizabeth elogiou e recompensou todos os envolvidos. O guarda-costas James Beaton recebeu o George Cross, maior prêmio civil da Grã-Bretanha por coragem; Ronald Russell e o oficial Michael Hills receberam a segunda maior honraria civil por bravura; Peter Edmonds, John BrianMcConnell e Alexander Callender receberam as medalhas de Queen's Gallantry, a terceira honraria mais alta; e Glenmore Martin foi elogiado pela rainha devido a conduta corajosa.

De acordo com Russell, durante uma entrevista no ano de 2006, ao presenteá-lo com a medalha a rainha disse "A medalha é da rainha da Inglaterra, o agradecimento é da mãe de Anne".


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