Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Personagem

A insanidade de Locusta, a envenenadora por encomenda do Império Romano

Temida pela sociedade e requisitada pelos imperadores, a especialista em venenos criou uma trajetória de crimes

Caio Tortamano Publicado em 27/03/2020, às 09h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Locusta é tida como primeira serial killer da história, embora essa fosse sua profissão - Divulgação
Locusta é tida como primeira serial killer da história, embora essa fosse sua profissão - Divulgação

Bem como outras tantas personalidades de seu tempo, Locusta era cidadã do Império Romano, da região da Gália, onde hoje é o sul da França. Por mais que a data exata de seu nascimento seja uma incógnita, estima-se que ela nasceu em meados de 20 d.C.

Perto de seus 20 anos de idade, trocou os campos da Gália, onde passava os dias aprendendo a manipular plantas para criar remédios (e venenos), pela agitação da capital romana. Se mudou para o centro do império com o dinheiro que conseguiu exercendo uma prática pouco humanitária, mas rentável: era especialista em envenenar pessoas por encomenda.

A alta classe romana era, por assim dizer, muito prática em questão de resolução de seus problemas. A clientela de Locusta cresceu rapidamente assim que sua fama se espalhou pela cidade. 

Ida para a capital

Em Roma, não foram poucos os casos de envenenamentos encomendados por uma vasta gama de motivos. Eram desde esposas que queriam se livrar de seus maridos; até políticos interessados no fim de seus rivais em nome do posto alto do império.

Além da vasta clientela, Locusta tinha um amplo leque de misturas para formar seus venenos, de cogumelos até mesmo sangue humano. Os testes eram sempre realizados em animais, especificamente, nas cabras que criava.

Os episódios eram registrados, e levavam em conta uma relação entre o tamanho dos animais e a quantidade de veneno necessária para a morte, além do tempo que demorou até fazer efeito. Seus conhecimentos eram tão impressionantes, que é dito que ela conseguia criar venenos complexos, como arsênico e cianeto (usado pelos nazistas nos campos de extermínio da Segunda Guerra Mundial).

Apesar do seu trabalho ter livrado suas idas a cadeia - e consequetemente a condenação -, ela chegou a ser presa duas vezes pela polícia romana, mas nas duas ocasiões foi liberta depois que nobres  interessados em seu serviços, (ou com medo de serem delatados) pagaram sua fiança.

Na terceira vez que foi presa, porém, Júlia Agripina, então imperatriz romana, pagou sua fiança e requisitou seus serviços. A vítima seria ninguém menos que seu marido, Cláudio. Borrifando o veneno em um cogumelo que não chegou a surtir o efeito esperado nele, o imperador começou a passar mal, mas não chegou a morrer. Assim, uma pena envenenada foi usada em Cláudio para induzir o vômito. Em minutos, o imperador estava morto.

Relação com Nero

O sucesso da operação fez com que Locusta ganhasse prestígio entre a alta nobreza do império romano. Em 55 d.C., o então imperador Nero, que conseguiu o cargo após a morte de Cláudio, pediu que Locusta realizasse outro de seus trabalhos. Dessa vez, alvo do envenenamento seria seu irmão adotivo, Tibério Cláudio César Britânico, ou somente Britânico.

Locusta testando veneno em escravo na presença de Nero / Crédito: Wikimedia Commons

A envenenadora soube que Britânico só tomava vinho diluído em água, assim, recomendou que o veneno fosse colocado na água usada em sua bebida. Dessa maneira ninguém mais seria atingido pelo assassinato. Mas o efeito do tóxico não foi imediato, e Nero flagelou a mulher pelo suposto fracasso.

Locusta, então, temendo por sua vida, receitou um veneno muito mais potente para ser usado contra o algoz do imperador. Dessa vez, o elemento deu certo e como forma de recompensar a mulher, Nero a presenteou com grandes propriedades, além de total indulgência, a livrando de qualquer suspeita que havia a perseguido nos últimos anos.

Declínio e fim

O reinado dele, entretanto, não durou para sempre. Depois de ter fugido em 68 d.C., Nero deixou o mais alto posto do Império Romano para trás e, após o seu suicídio, Galba tomou o seu lugar ao ser eleito pelo senado romano.

Uma de suas primeiras determinações como imperador, foi a execução de todas as pessoas que o ofício envolvia a manipulação e fabricação de venenos. Era o fim de toda a fortuna e fama de Locusta, assim como a sua vida, que envolveu crimes sádicos. 


+Saiba mais sobre o Império Romano através das obras a seguir disponíveis na Amazon:

Grécia e Roma, Pedro Paulo Funari (2018) - https://amzn.to/38JHuVf

SPQR, Mary Beard (2017) - https://amzn.to/2PqM2YP

Roma: A História De Um Império, Greg Woolf (2017) - https://amzn.to/36HA03f

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp

Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/3b6Kk7du