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Matérias / Personagem

A mulher que é a própria irmã gêmea: os dois tons de pele de Taylor Muhl

Muhl sempre achou que a mancha avermelhada em sua barriga era apenas uma marca de nascença sem significado

Ingredi Brunato Publicado em 31/10/2020, às 12h00

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Montagem do rosto da modelo norte-americana Taylor Muhl, ao lado de sua barriga. - Divulgação/ Instagram
Montagem do rosto da modelo norte-americana Taylor Muhl, ao lado de sua barriga. - Divulgação/ Instagram

A modelo norte-americana Taylor Muhl tinha um segredo gravado em seu corpo. Embora ela tenha entrado na indústria do entretenimento ainda na infância, dessa forma sendo fotografada sua vida inteira, a modelo conseguiu escondê-lo por muito tempo, pedindo sempre que aquele ‘detalhe inconveniente’ sobre si fosse removido com o uso do Photoshop. 

Seu segredo era uma enorme mancha vermelha, que dividia seu tórax em dois: de um lado, havia sua cor de pele normal, e do outro, estava aquele tom avermelhado. Durante sua vida, ela sempre encarou a característica como uma simples mancha de nascença - como poderia saber o que realmente significava? E durante a maior parte dos seus anos, inclusive, ela teve vergonha do abdômen bicolor. 

Todavia, uma coincidência mudaria tudo: um dia, a modelo foi em um otorrinolaringologista (médico especializado em orelha, nariz e garganta) que por acaso havia participado da produção de um documentário sobre casos extraordinários da medicina, onde apareceu o chamado quimerismo. 

Quimera

Fotografia de Taylor Muhl onde é possível ver seu abdômen com duas cores - Crédito: Divulgação/Instagram 

O quimerismo é um quadro raro que acontece quando, em uma gravidez de gêmeos, um dos irmãos morre ainda no útero e acaba sendo absorvido pelo corpo do outro. Esse gêmeo sobrevivente acaba com dois materiais de DNA em seu organismo. Do ponto de vista biológico, é como se existissem duas pessoas no corpo de uma.

Era o caso de Taylor, que absorveu sua gêmea não-idêntica. A pele mais avermelhada no lado esquerdo do seu abdômem, portanto, era um vestígio dessa fusão, com o DNA correspondendo, na verdade, ao que pertenceria à sua irmã que não nasceu. Já o resto de sua pele era seu DNA mesmo. Essa situação única fazia da modelo sua própria gêmea. 

Antes da descoberta 

A modelo contou sua história em entrevista ao jornal britânico Daily Mail em 2018 e também através de legendas na conta pessoal do Instagram para seus seguidores. Ela relatou que sua mãe sabia que estava grávida de gêmeos porque foi acompanhada por parteiras, optando por processos naturais durante toda a gestação. 

Fotografia de Taylor quando bebê - Crédito: Divulgação/ Instagram 

Entre suas experiências, uma particularmente curiosa de sua infância se destaca: “Quando eu tinha 6 anos de idade, eu perguntava para a minha mãe se eu tinha um irmão gêmeos. Ela ficava muito confusa. Eu até pedia para amigas brincarem comigo, como se fossem minhas gêmeas”, contou. 

Será que, em algum lugar, ela já sabia que havia absorvido sua gêmea no útero? Talvez inconscientemente essa suspeita sempre tivesse estado lá, mas é certo que conscientemente, levaram décadas de visitas médicas para Taylor receber essa explicação. 

 “Eles sempre me disseram que a segunda cor de pigmentação da minha pele era apenas uma marca de nascença. A maioria dos médicos, mesmo hoje em dia, não sabe sobre quimerismo, porque é muito raro”, explicou a modelo. 

Consequências do quimerismo 

Taylor Muhl sempre foi o tipo de pessoa que adoecia com facilidade, constantemente precisando lidar com gripes, resfriados e dores fortes de cabeça, além de ter o ciclo menstrual irregular, sem que houvesse explicação aparente. Tudo parecia muito estranho para a modelo.

Após a descoberta do quimerismo, e como ele havia mudado o organismo da jovem, tudo fez sentido. Ela tem, por exemplo, além dos dois DNAs, dois sistemas imunológicos diferentes, dois tipos de células sanguíneas, e os órgãos do lado esquerdo do corpo são maiores que os do lado direito. 

“Eu não queria ser considerada uma aberração humana. Por isso, sempre quis manter minha barriga em segredo, cobrindo-a ou retirando a mancha com ajuda do Photoshop”, desabafou Taylor

Inclusive, a modelo já teria tentado remover a pigmentação mais avermelhada com um procedimento a laser. Todavia, teria sido uma experiência extremamente dolorosa. Depois disso, desistiu de retirar a mancha. Porém, a aceitação mesmo só veio quando descobriu a origem do abdômem de duas cores. 

“Eu quero abraçar as minhas diferenças. Quero inspirar pessoas a sentirem-se belas e confiantes”, concluiu Taylor Muhl, que agora tira fotos em que sua característica única está visível.


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