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Matérias / Mundo

A saga de Joseph Meister, primeira pessoa a receber a vacina contra raiva

O menino de apenas 9 anos foi atacado por um cachorro raivoso, e conseguiu fugir da morte quase certa com a ajuda do bacteriologista Louis Pasteur

Ingredi Brunato Publicado em 08/12/2020, às 17h12 - Atualizado às 18h36

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Fotografia de Joseph Meister - Wikimedia Commons
Fotografia de Joseph Meister - Wikimedia Commons

Nessa terça-feira, 8, começou o programa de vacinação contra o novo coronavírus no Reino Unido. O país está aplicando uma vacina produzida pelo laboratório Pfizer, em parceria com a BioNTech, uma empresa de biotecnologia. E na data memorável, a primeira pessoa a ser vacinada foi Margaret Keenan, uma senhora britânica de 90 anos de idade. 

Segundo ela, em entrevista à BBC, ter a honra de ser a primeira a receber a vacina inglesa a fazia se sentir “privilegiada”. Keenan, contudo, não foi a única pessoa na História a passar por essa experiência - sendo a primeira de muitas a serem imunizadas contra uma doença, até então, sem solução. 

A saga de Meister

Outro a viver algo assim foi o francês Joseph Meister, que tinha apenas nove anos quando um terrível evento lhe aconteceu. Um cachorro contaminado pela raiva atacou o menino, mordendo-o em 14 pontos diferentes de seu braço e perna do lado direito. 

Pior que os danos físicos, era que ele podia desenvolver a raiva, uma doença assustadora para época. Um bom exemplo disso é que existem poucos casos documentados em toda a História de sobrevivência após os primeiros sintomas. 

Fotografia de Joseph Meister / Crédito: Wikimedia Commons

Uma esperança 

Felizmente, a mãe de Joseph ficou sabendo de um bacteriologista que tinha desenvolvido uma vacina contra a raiva para os cães. Era Louis Pasteur, um cientista francês famoso até hoje pelas suas descobertas.

Foi necessária uma verdadeira jornada até que encontrassem Pasteur: o bacteriologista tinha muitos adversários, de forma que quando a mãe foi em hospitais perguntando por ele, ninguém queria lhe dar o endereço.

Ela, por vezes, ouviu que seu filho receberia no hospital um tratamento tão eficiente quanto o que o cientista poderia oferecer, e por vezes ainda lhe disseram que o desenvolvedor da vacina antirrábica sequer se encontrava em Paris - o que era uma mentira. 

No entanto, depois de verem a mãe cair em prantos, desesperada, a ajudaram a encontrar Pasteur

Ilustração mostrando Pasteur vacinando cães raivosos / Crédito: Wikimedia Commons

Primeiro vacinado 

Até então, a vacina contra a raiva criada pelo bacteriologista havia sido aplicada apenas em cães, e embora os resultados até então fossem promissores, administrá-la em humanos ainda podia ter riscos.

Uma curiosidade é que o cientista já tinha considerado contaminar a si mesmo com raiva, para poder testar o funcionamento da substância imunizadora. 

Conforme noticiado pela Time, como aquele era um caso extremo, com o jovem Joseph Meister já sofrendo risco de morte, Pasteur decidiu abrir uma exceção, para o alívio da mãe do menino. 

O tratamento durou de 6 a 16 de julho de 1885, período durante o qual o garoto recebeu doses crescentes da substância. Já no dia 27 de julho, Joseph foi considerado totalmente recuperado. 

Ilustração mostrando Pasteur vacinando Joseph / Crédito: Wikimedia Commons

O caso bem-sucedido levou o cientista a ser reconhecido pela Academia de Ciências da França, o que fez com que muitos outros franceses que foram mordidos por animais raivosos viessem procurá-lo. 

Vale dizer também que anos depois desse episódio, Meister começou a trabalhar para Louis Pasteur, assumindo o cargo de zelador. Em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, o francês acabou se suicidando ao acreditar que sua família havia sido capturada pelos nazistas - o que, todavia, não era verdade. 


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