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Matérias / Personagem

Mario Terán Salazar: Conheça a saga do homem que matou Che Guevara

Militar boliviano foi responsável por dar fim à saga do guerrilheiro revolucionário

Giovanna de Matteo/ Atualizado por Fabio Previdelli Publicado em 30/09/2020, às 12h04 - Atualizado em 09/10/2022, às 11h56

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Mario Terán, o homem que executou Che Guevara - Divulgação / Twitter/ hoje_no/ 9 de out de 2019
Mario Terán, o homem que executou Che Guevara - Divulgação / Twitter/ hoje_no/ 9 de out de 2019

Em 9 de outubro de 1967, Mario Terán Salazar, um militar boliviano de apenas 24 anos na época, foi escolhido para realizar a execução do líder revolucionário Ernesto "Che" Guevara.

Che era mantido prisioneiro desde o dia anterior em uma escola pública no povoado de La Higuera, Bolívia. Na hora de sua morte, ele se encontrava sentado no chão de terra, com as costas apoiadas na parede de barro, quando o sargento Terán entrou na sala com um fuzil de repetição M-2 em sua mão. No momento, o comunista, que já previa sua sentença, se pôs de pé.

Os dois se entreolharam. Em um primeiro momento, o boliviano teria hesitado em disparar, enquanto escutava os tiros que tiravam a vida de outro companheiro, Simón Cuba, vindo da saleta ao lado. Mas logo recuperou a coragem e engatilhou a arma.

Em uma rajada curta ele matara um dos líderes da revolução cubana, contando-se oito tiros. A partir daí, sabe-se que pelo menos três balas ultrapassaram os pulmões de Guevara, enchendo-os de sangue, enquanto o corpo do guerrilheiro voava sobre a parede e desmoronava no chão enquanto sacudia-se em espasmos.

Registros

Um oficial, que há poucos minutos teria tirado aquela que seria a última foto do argentino-cubano vivo, entrou na sala novamente para fazer mais registros, só que agora com o guerrilheiro já morto.

Nas fotos, Che aparece com os olhos revirados, estendido de costas no chão, e com sangue escorrendo de sua boca. Outros soldados aparecem e aproveitaram o momento para também fotografar o corpo. Queriam lembranças.

Foto de Che Guevara capturado por soldados bolivianos, com Félix Rodriguéz à esquerda / Crédito: Divulgação

Enquanto isso, Felix Rodríguez, um cubano contratado como espião pela CIA, transmitiu mensagens em código pelo rádio anunciando a execução. "1 e 20 da tarde, La Higuera, Bolívia", anotou em sua caderneta logo após ouvir os disparos. Foi ele o responsável por capturar imagens de todas as páginas do famoso Diário de Che.

Os soldados, então, foram encarregados de levar o cadáver para Vallegrande, maior cidade do vale que liga Santa Cruz de la Sierra ao resto da Bolívia. Chegando ao destino, foi levado para um hospital onde passou por processos de limpeza e conservação. Foi colocado nele seu uniforme militar, que deixava à mostra as perfurações de bala no peito. 

Com pedidos de uma comissão feminina para que o cadáver tivesse direito a um enterro com cerimônias cristãs, o governo solucionou o caso, deliberando uma caminhonete que levaria os restos do guerrilheiro à pista de pouso ao lado do cemitério local.

Todavia, ele foi jogado ainda em sua maca numa cova coletiva onde vinham sendo empilhados vários outros de seus companheiros, mortos em dias anteriores. O Governo boliviano fez questão de dizer que Guevara fora cremado num local secreto. E essa foi a versão divulgada pelos próximos trinta anos.

A jornalista francesa, Michelle Ray, foi a responsável por ter publicado o nome do executor de Che Guevara na na revista Paris Match. Desde então, Mario Terán passou a configurar uma figura de ódio entre os milhares de militantes de esquerda do mundo.

A raiva se seguiu em diversos ataques: cinco dias após a execução de Che estudantes do Movimento de Esquerda Revolucionária detonaram uma bomba caseira em frente à embaixada boliviana na Cidade do México.

No entanto, essa revolta só foi ser levada a sério no fim de 1969, quando o camponês Honorato Rojas, que enviou os militares ao esconderijo de Che para ser capturado, foi morto com cerca de uma dezena de tiros.

De fato, existia quem quisesse se vingar pela morte de Che Guevara. "Desde então, Terán vive recluso, se nega a falar com jornalistas, poucos sabem de seu paradeiro, e quem sabe é seleto com relação ao que diz", segundo o site de notícias Piauí.

Salazar morreu em março deste ano. Ele tinha 80 anos e vivia na cidade de Santa Cruz de la Sierra, na região leste da Bolívia. 

Em depoimento à AFP, seu filho, Mario, informou que o pai faleceu por volta da meia-noite do horário local (1h em Brasília). “Morreu de câncer de próstata”, afirmou. 

Estava doente e não havia mais nada a se fazer”, completou Gary Prado, responsável por capturar o revolucionário há mais de cinco décadas. "Fui avisado pela família e colegas das Forças Armadas porque ele estava internado no Hospital Militar".

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