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Matérias / Estados Unidos

A saga do menino encontrado desacompanhado na fronteira dos EUA: 'Pode me ajudar?'

Em abril deste ano, a história chocou a imprensa internacional em mais um capítulo do drama da crise imigratória

Victória Gearini | @victoriagearini Publicado em 02/05/2021, às 10h33

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Wilton, o garoto nicaraguense - Divulgação / Youtube
Wilton, o garoto nicaraguense - Divulgação / Youtube

Em abril deste ano, um vídeo de um garoto de apenas 10 anos viralizou nas redes sociais. O pequeno nicaraguense Wilton apareceu nas imagens chorando para um agente da Patrulha da Fronteira dos Estados Unidos. Ao encontrá-lo sua primeira pergunta foi: 'Pode me ajudar?'.

De acordo com o El País, o menino foi encontrado na fronteira do país, após ser deixado para trás em uma área quase desértica do Texas. O drama vivido pelo garoto evidencia a atual crise imigratória enfrentada pelos Estados Unidos.

A fuga para os EUA

Meylin Obregón decidiu fugir do seu país de origem, ao lado de seu filho mais velho, Wilton, após denunciar ao Ministério Público da Nicarágua as agressões e assédio do ex-companheiro, Lázaro Gutiérrez Laguna. Contudo, a mulher não obteve resultados positivos, o que a levou a escapar de sua terra natal.  

A jovem contou ao irmão Misael Obregón —  que vive em Miami — todas as perseguições e ameaças que estava vivendo. Pouco tempo depois, o homem providenciou a fuga da irmã e sobrinho para os Estados Unidos.

Em entrevista ao El País, Socorro Leiva, mãe da vítima, alegou que não sabia que a filha tinha fugido da Nicarágua, mas afirmou que a jovem realmente sofria um relacionamento abusivo. 

“Ele a expulsava a toda hora da fazenda. E esfregava a infidelidade na cara dela, uma vez lançou as vacas pra cima dela. Não tenho certeza se ele a agrediu fisicamente, mas aquele homem poderia fazer qualquer coisa com ela. Ela voltava para a fazenda de Lázaro por amor aos filhos, mas depois de 12 anos de relação, não aguentou mais”, disse a avó do garoto em entrevista ao El País.

Lázaro Gutiérrez Laguna, por sua vez, declarou à imprensa local que concordou com a viagem da ex-companheira, portanto, não teria ocorrido uma fuga. Contudo, a avó de Wilton desmentiu as afirmações e revelou, ainda, que o neto não queria ficar com o pai. Já o caçula do casal teria permanecido no país de origem ao lado do progenitor. 

Feita de refém 

Segundo o El País, o drama vivido pela família de Wilton ainda não chegou ao fim. Durante a travessia da fronteira, Meylin Obregón Leiva foi capturada por uma máfia de "coiotes", isto é, traficantes de pessoas que atuam na fronteira com o território estadunidense. 

De acordo com o irmão da vítima, ela estava sendo mantida de refém em uma espécie de depósito, supostamente localizado ao norte do México. A família da mulher, por sua vez, seguia angustiada com a falta de notícias sobre o seu paradeiro.

“Se aqui [na Nicarágua] houvesse uma lei que protegesse as mulheres, talvez minha filha não tivesse ido embora”, disse Socorro Leiva ao El País.

Os desdobramentos 

Após a repercussão do caso, a vice-presidenta Rosario Murillo, se manifestou sobre o ocorrido, alegando que a vítima viajou “por problemas em casa”, minimizando a violência de gênero recorrente no país. 

Já o pequeno Wilton, estava em um abrigo para menores desacompanhados em Brownsville, no Texas, enquanto a Nicarágua iniciava a repatriação do garoto. A mãe, segundo o irmão - Misael Obregón - foi liberada pelos sequestrados em 14 de abril, conforme repercutido pelo EM Internacional. 

"Tenho a melhor notícia do mundo, minha irmã foi liberada. Quero que todos saibam que minha irmã foi liberada das mãos da máfia", disse Obregón num  vídeo postado no YouTube, sem maiores detalhes sobre o episódio.


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