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Matérias / Personagem

A saga do policial que se veste de Capitão América para alertar crianças sobre o coronavírus

Desde o início da pandemia, o PM do Rio de Janeiro dedica aos pequenos parte de sua jornada de trabalho para focar na conscientização da doença

Alana Sousa Publicado em 25/04/2021, às 09h00

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Policial vestido de Capitão América - Divulgação
Policial vestido de Capitão América - Divulgação

Uniforme cinza, uma arma de fogo acoplada e a intensa busca por bandidos; assim imaginamos ser a rotina de trabalho de um policial militar. No entanto, desde o início da pandemia do coronavírus, um oficial carioca trocou a roupa cotidiana por uma vestimenta bastante conhecida pelos fãs das histórias em quadrinhos: a do Capitão América.

Apresentado ao público ainda no início do século 20, o herói da Marvel é conhecido pela sua força física e bússola moral, sendo um exemplo de patriotismo e justiça. Por esses motivos, Everaldo Pinto, 44 anos, escolheu o personagem para se aproximar das crianças e tratar de um assunto sério.

Ainda que seja amplamente discutido, o coronavírus — que já infectou mais de 14 milhões de pessoas apenas no Brasil, levando a óbito 384 mil vítimas — muita vezes, não é compreendido pelos menores, que mal entendem o motivo de estarmos em isolamento social.

Capitão América representado pelo ator Chris Evans / Crédito: Divulgação/Marvel Studios

Assim, Everaldo, que atua há 24 anos como servidor do Estado, decidiu separar um tempo nos finais de semana para conscientizar as crianças sobre a importância da máscara, do álcool em gel, do distanciamento e da quarentena. A decisão ocorreu ainda no início da pandemia no país, em meados de 2020.

Segundo comunicado repercutido pelo jornal O Globo, Pinto leva sua função de herói a sério e tenta conciliar com suas obrigações no trabalho e em casa: “Em casa, já sou pai e personagem. Mas a brincadeira de fim de semana ficou mais séria. Agora, compartilho com outras crianças”.

Uma função digna dos quadrinhos

Tudo começou com a compra de uma motocicleta e da fantasia de Capitão América. Em seguida, o PM, que mora no Rio de Janeiro e abrange as regiões de Petrópolis e a Baixada Fluminense, passou a fazer visitas solicitadas pelos pais.

Seguindo os protocolos se segurança, Everaldo chega às casas e conversa com os pequenos, além de produzir conteúdo para a internet, por semana, são em torno de 20 a 30 vídeos — que também são vistos por pessoas de outros estados, como Brasília e São Paulo.

Everaldo em sua fantasia de Capitão América / Crédito: Divulgação

“As crianças também sentem medo e precisam ser acolhidas, algumas não entendem o motivo do isolamento. É preciso também ter um olhar especial aos autistas e aos portadores do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), me dedico a eles sempre que posso”, acrescentou o policial militar.

Seus vídeos contemplam temas delicados, como o luto em famílias vítimas da Covid-19 e a importância de se combater o vírus, que pode ser fatal. Os pais encontram as gravações na página oficial do PM nas redes sociais; em casos mais específicos, Pinto se disponibiliza a conversar pessoalmente.

“Se a gente puder oferecer um pouco de tempo e cuidado, nossas crianças serão mais felizes. Esse também é meu trabalho como policial militar, humanizar e aproximar os pequenos da nossa corporação”, enfatiza o oficial.

Se dividindo entre cuidar de dois filhos pequenos e dos trabalhos cotidianos da Polícia Militar do estado, o brasileiro marca seu nome com ações pequenas e de extrema importância em tempos tão difíceis. Algo que seria digno de um herói dos quadrinhos, honrando o legado do Capitão América.


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