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Matérias / Família Imperial Brasileira

A vida da princesa Isabel após o exílio da família imperial

Os melancólicos dias finais da então herdeira do trono brasileiro aconteceram na Europa e foram marcados por perdas familiares

Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 31/08/2021, às 14h41 - Atualizado em 14/11/2023, às 16h56

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Retrato de Princesa Isabel - Wikimedia Commons
Retrato de Princesa Isabel - Wikimedia Commons

Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbón nunca chegou a assumir o trono do Brasil. Ela se tornou a primeira na linha de sucessão à coroa: seus dois irmãos faleceram na infância e ela era a mais velha entre as mulheres. No entanto, a República veio, e, com isso, a família imperial brasileira teve que escapar do país.

Quando os republicanos proclamaram o fim do imperialismo no Brasil em 15 de novembro de 1889, com o primeiro golpe militar do país, todos os envolvidos com o antigo regime partiram para o exílio na Europa. Depois de chegar ao velho continente, a nobre nunca mais retornaria ao Brasil.

Teresa Cristina estava com a saúde abalada pelos recentes eventos. Três semanas após voltar para a Europa, fugindo das terras americanas, a imperatriz faleceu. Para a família, o trauma também foi grande.

A própria princesa Isabel acabou sendo cotada por movimentos que pediam a volta da monarquia no Brasil. Ela escreveu uma carta ao último chefe de gabinete da Terceira Regência, João Alfredo, em que afirmava:

Meu pai, com seu prestígio, teria provavelmente recusado a guerra civil como um meio de retornar à pátria... Lamento tudo quanto possa armar irmãos contra irmãos... É assim que tudo se perde e que nós nos perdemos. O senhor conhece meus sentimentos de católica e brasileira".

Isabel passaria o resto de sua vida na Europa, não retornando após a Proclamação da República.

Na Europa

Princesa Isabel / Crédito: Domínio Público/Insley Pacheco

A princesa era casada desde os 18 anos com o nobre francês Louis Philippe Marie Ferdinand Gaston, o Conde d'Eu, neto de Luís Filipe I, rei da França entre 1830 e 1848. 

Embora no Brasil o fato de ser casada com o estrangeiro causasse desconforto à população, essa relação foi essencial durante o exílio: a dupla que teve que passar o resto da vida na Europa, continente natal do Conde d’Eu.

Os dois começaram a receber uma mesada generosa do tio de Gastão, Francisco, príncipe da França. Quando ele morreu, o conde também ficou com parte da herança.

O casal comprou o castelo d’Eu, na Normandia, onde viveu até os seus dias finais. O local era inclusive mobiliado com itens de decoração vindos diretamente do Brasil. Eles tinham uma vida tranquila, mas a morte de dois de seus filhos, Antônio e Luís, causaram muita dor à Isabel.

Isabel (esq.) Pedro e Teresa (centro) e Gastão (dir.) / Crédito: Jean Magrou via Wikimedia Commons

A saúde mental da princesa começou a ir ladeira abaixo, acompanhada por sua saúde física. No final da vida, a nobre passou a ter enorme dificuldade de locomoção, que a impediu até mesmo de retornar ao Brasil com o fim do banimento dos membros da família imperial do território brasileiro em 1920.

Isabel morreria em 14 de novembro de 1921, aos 75 anos. Ela foi inicialmente enterrada na França, mas seus restos mortais foram trazidos até o Brasil, onde ela foi enterrada novamente na Catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, ao lado de seus pais, Pedro II e Teresa Cristina, nomeado Mausoléu Imperial.


*Com informações do Brasil Escola;