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Matérias / Bizarro

Exploradas e presas em cativeiro: a trágica saga das irmãs siamesas Hilton

Abandonadas e renegadas pela própria mãe, Violet e Daisy superaram o trauma da infância mas não conseguiram evitar o triste fim

Paola Churchill Publicado em 27/11/2020, às 17h00

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As gêmeas siamesas faziam muito sucesso nos Estados Unidos - Wikimedia Commons
As gêmeas siamesas faziam muito sucesso nos Estados Unidos - Wikimedia Commons

Em 5 de fevereiro de 1908, Kate Skinner, uma empregada doméstica solteira que vivia em Brighton, na Inglaterra, gritava de dor durante o parto. Após horas e mais horas de sofrimento, Kate passou a berrar por outros motivos.

A mãe das meninas ficou tão perplexa ao se deparar com as crianças, que as vendeu imediatamente para sua patroa, Mary Hilton. Assim que nasceram, todos no quarto perceberam que havia algo de errado.

As meninas, batizadas como Violet e Daisy, eram siamesas unidas pela pélvis, ainda que não compartilhassem os órgãos vitais, as duas eram consideradas aberrações. Mas era só o começo de uma vida triste. 

As irmãs Violet e Daisy nasceram grudadas pela pélvis e cintura/Crédito: Wikimedia Commons

Ovos de ouro

A senhora Hilton sempre viu as garotas como as galinhas dos ovos do ouro. Desde muito cedo, elas passaram a ter aulas de dança, canto, piano, saxofone e violino. A mulher ainda obrigava as duas a chamarem de Tia Lou.

A ambiciosa Tia deixava Violet e Daisy em cativeiro todo o tempo; só saíam para apresentações públicas, que faziam desde os três anos de idade. As siamesas eram sempre uma grande atração, não só pela anomalia genética, mas também porque eram bonitas e charmosas.

Aos 17 anos, a família se mudou para os Estados Unidos e as irmãs passaram a ser mais exploradas por Mary, que nunca as deixavam sozinhas para conversar com alguém. Assim que a terrível senhora morreu, os abusos continuaram, mas agora por parte de Edith, a outra filha de Hilton. Contudo, as gêmeas estavam dispostas a tudo para serem livres.

A fuga do cativeiro

Durante uma de as aulas de saxofone, fingiram passar mal e conseguiram escapar. Com a breve quantia que conseguiram esconder, procuraram um advogado e contaram sua história. O homem ajudou as duas e as defendeu no tribunal.

Aos 23 anos, Daisy e Violet estavam livres. A primeira coisa que fizeram foi organizar seu próprio espetáculo, assim poderiam se tornar extremamente populares em solo americano. Os anos de 1930 representaram a glória das meninas.

Daisy pintou o cabelo de loiro para não ser confundida com sua irmã, Violet/Crédito: Divulgação/Facebook 

Tratadas com desprezo passaram a enxergar a deficiência como uma máquina de dinheiro. Daisy chegou a tingir o cabelo de loiro e disse que era “para ninguém me confundir com minha irmã”. Isso porque apesar de ligadas, elas divergiam em diversos aspectos, inclusive na política. Violet era democrata e Daisy, republicana.

Qualquer detalhe que rendesse publicidade a elas era bem-vinda. Por semana, elas ganhavam em torno de cinco mil dólares o que é um valor enorme para aquela época.

Amores perdidos

Em 1934, Violet anunciou o casamento com Maurice Lambert, mas ao solicitar a licença para o matrimônio, encontrou um obstáculo: os tribunais alegavam que aquela seria uma união indecorosa e contrariava os bons costumes.

As gêmeas siamesas / Crédito: Wikimedia Commons

O casal só conseguiu a autorização no Texas. No entanto, a relação durou pouco tempo, apenas sete semanas. As experiências amorosas de Daisy foram ainda piores. Em 1941, casou-se com o bailarino Buddy Sawyer, em Nova York, mas a união só durou 10 dias.

A partir desse momento, a carreira das siamesas começou a decair. Como já haviam conseguido uma fortuna, não se importaram com a queda. Assim, no final dos anos 1940, usaram o dinheiro para abrir uma lanchonete em Miami chamada Hilton’s Sisters. Foi em vão: o negócio logo faliu.

O último momento de fama se deu quando protagonizaram o filme Encadeadas pela Vida, de 1950. A trama conta a história de irmãs que se apaixonam pelo mesmo homem. Quando uma delas se casa com o amado, a outra o executa.

Apesar de ter um enredo interessante, foi um fracasso de bilheterias e as irmãs logo foram esquecidas pelo público que antigamente as amava. Sem dinheiro e abandonadas passaram a trabalhar como atendentes em uma loja de Charlotte, Carolina do Norte.

Após ficarem vários dias sem comparecer ao estabelecimento foram encontradas mortas em sua casa no dia 4 de janeiro de 1969. A autópsia concluiu que as irmãs haviam falecido após uma forte gripe que abalou o sistema imunológico.


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