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Matérias / Personagem

Acidente fatal e escândalos: a vida infeliz da herdeira Doris Duke

Manchada por um incidente trágico, a socialite viveu histórias de rivalidade e aflições, tornando-se alvo constante dos tabloides

Vanessa Centamori Publicado em 18/07/2020, às 08h00

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Doris Duke ao lado de edição antiga do jornal Notícias Diárias de NewPort - Divulgação/Sunsigns.org/Domínio Público
Doris Duke ao lado de edição antiga do jornal Notícias Diárias de NewPort - Divulgação/Sunsigns.org/Domínio Público

As colunas de fofocas perseguiam Doris Duke há décadas. Aos 53 anos, ela dirigia um veículo, ao sair de sua mansão em Newport, Rhode Island, durante uma fatídica— e trágica — tarde de outubro de 1966. 

Já uma mulher madura, aos seus 53 anos de idade, a milionária estava acompanhada de Eduardo Tirella, 42, designer de interiores — seu parceiro íntimo. Tinha acabado de trocar o volante com o amado talentoso.

Era algo corriqueiro: sempre na hora de abrir os portões da residência de luxo, ela assumia a direção, e o designer fechava as grandiosas portas. Desta vez, porém, tudo deu errado.

Acidente fatal 

Segundo reportou o jornal New York Daily News na época, o veículo atingiu o pesado portão de ferro com tanta força que as portelas se abriram. Seções de ferro foram arrancadas e o carro arrastou o corpo sem vida de Tirella. O cadáver amassado cambaleou pela Avenida Bellevue e atingiu uma árvore.

A socialite também saiu sangrando e com ferimentos na cabeça. Teve que fazer 30 pontos no hospital nos lábios e no queixo. E ainda foi obrigada a aguentar o baque de ter matado seu próprio namorado: a autópsia revelou que Tirella morreu instantaneamente, de hemorragia cerebral.

A polícia considerou o caso um acidente. No entanto, a família do designer, enfurecida, processou e arrancou 75 mil dólares de Duke por negligência. A mídia caiu em cima da mulher, fervorosamente. Tabloides ilustraram o rosto da herdeira. Os flashes ofuscaram sua vista. 

Exposição que homenageia Doris Duke/Crédito: Divulgação/Brown University /Conor MacDonald

Morte e dinheiro 

Muito antes do acidente fatal que virou a vida de Doris Duke de cabeça pra baixo, ela já tinha enfrentado várias aflições. Filha do magnata do tabaco e energia elétrica, James Buchanan Duke, e sua segunda esposa, Nanaline Holt Inman, ela era parte do império da American Tobacco Company.

A aristocracia americana carregava nomes fortes que eram perseguidos há tempos pela imprensa. Fazer amizades era difícil, pois muitos estavam apenas atrás da riqueza da linhagem do tabaco. E pra completar, Duke ganhou dinheiro devido à uma tragédia. A garota tinha apenas 12 anos quando perdeu o pai — ele faleceu em 1925, deixando pra ela 100 milhões de dólares. 

A jovem cresceu então no luxo. Devido ao luto, saiu da fazenda gigantesca chamada Duke Farms para viver em uma mansão em Manhattan, na 1 East 78th Street. Mas, quando completou 14 anos se envolveu em uma briga jurídica com a própria mãe, relacionada à herança deixada pelo falecido pai. 

Duke não queria que a mãe e outros executores do testamento vendessem qualquer propriedade imobiliária. De qualquer forma, mais tarde, sua mansão em Manhattan acabou se tornando o Instituto de Belas Artes da Universidade de Nova York.

Roupas de Doris Duke / Crédito: Divulgação/Brown University /Conor MacDonald

Jornalista e surfista

A socialite ganhou atenção mais exacerbada da mídia a partir de 1930. Ela realizou viagens ao redor do mundo e, durante a Segunda Guerra Mundial, visitou o Egito. Lá, já que para ela dinheiro não era problema, trabalhou recebendo salário miserável, pois queria auxiliar uma cantina de marinheiros. 

No fim da guerra, em 1945, tornou-se jornalista, atuando como correspondente estrangeira na Europa para o International News Service. Mudou-se mais tarde para Paris, onde escreveu para a Revista Harper's Bazaar.

Amante de animais, engajou-se em causas de conservação ambiental e ainda foi uma grande apaixonada por horticultura. Em 1958, Doris Duke retornou aos EUA e começou a construção do Duke Gardens, jardim em que expôs estátuas do pai, em homenagem a ele, numa propriedade em Hillsborough Township, Nova Jersey. 

A herdeira também possuía vários imóveis ao redor do planeta. Tinha a mansão em Newport, Rhode Island e propriedades em Honolulu, Havaí, onde começou a praticar surfe competitivo. 

O jardis de Doris Duke, o Duke Gardens /Crédito: Wikimedia Commons 

Vida íntima 

Doris Duke foi casada com o diplomata James HR Cromwell, que foi nomeado representante dos EUA no Canadá. O casal teve uma filha, Arden. No entanto, o bebê nasceu prematuro e morreu três meses depois. Aquilo abalou a união e, entre outros fatores, ocasionou um divórcio depois de 8 anos de casamento. 

Até que Duke se casou novamente, desta vez com Porfirio Rubirosa, descrito pelos tabloides como um “diplomata dominicano e playboy internacional”. No entanto, o casório foi abalado por várias traições: a socialite teve casos com Errol Flynn , Alec Cunningham-Reid, General George S. Patton.

O marido, por sua vez, a traía com a atriz húngara Zsa Zsa Gabor, que também era casada. E para completar o escândalo, após se separar de Duke, Rubirosa se casou com a ex-amiga dela, Barbara Hutton. A herdeira manteve uma inimizade com Hutton bastante polêmica, sendo que a rival chegou a chingar Doris de "barata" para a mídia de fofocas. 

Doris Duke com o primeiro marido, James HR Cromwell /Crédito: Wikimedia Commons 

Fim trágico 

Após o último divórcio e o acidente fatal que matou o designer de interiores Eduardo Tirella, Duke teve depressão e tentou se suicidar. Ficou viciada em antidepressivos, analgésicos, pílulas para dormir e álcool. Além disso, a imprensa apontou que ela estava alcoolizada quando atropelou o amado na tragédia. 

No entanto, o médico que analisou o caso, o doutor McAllister, disse que não havia álcool no sangue de Duke nem de Tirella. Ainda assim, a pressão da culpa e os flashes dos repórteres pesaram na mente da socialite. Ela se afastou da sociedade em sua casa em Los Angeles. 

Em 1992, aos 79 anos, Duke fez uma cirurgia plástica facial. Mas, quando estava medicada e fraca, caiu e quebrou o quadril e feriu o joelho. Em janeiro do ano seguinte, teve que operar o joelho, sendo hospitalizada de fevereiro a abril.

Um dia após voltar para casa, depois de uma de muitas cirurgias, ela sofreu um derrame grave e faleceu em sua residência, em 28 de outubro de 1993, aos 80 anos. Deixou maior parte de sua fortuna, assim como suas propriedades, à instituição de caridade Doris Duke Charitable Foundation, que totalizou 1,81 bilhões de reais na época.

Sobre a tragédia na qual Doris Duke matou seu designer, o médico da socialite comentou que "a riqueza não traz felicidade". "Estou convencido de que uma enorme riqueza traz grandes desvantagens", afirmou à Revista New York. 


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