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Matérias / América

A trágica morte de Camilo Cienfuegos, que envolveu até Fidel Castro

Em um episódio melancólico, um dos líderes da Revolução teria morrido em um acidente de avião

André Nogueira Publicado em 26/07/2020, às 09h00

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Cienfuegos (à esqu) e Castro (à dir) - Wikimedia Commons
Cienfuegos (à esqu) e Castro (à dir) - Wikimedia Commons

No dia 12 de novembro de 1959, pouco tempo depois da vitória dos guerrilheiros na derrubada de Batista, Fidel Castro fez um comunicado oficial na televisão: durante um voo de volta para Cuba, o avião de Camilo Cienfuegos desapareceu da rota, após encontro com tempestade. A sua morte seria oficialmente declarada no dia 28 de outubro do ano seguinte. 

O ocorrido gerou grande rebuliço em volta de Castro. E, como consequência, o episódio ocasionou inúmeros mistérios e conspirações.

A trajetória de Cinefuegos 

Cinefuegos foi um dos líderes da Revolução Cubana menos conhecidos no exterior, mas um dos mais idolatrados entre os cubanos. Popular, foi uma das mais importantes figuras para a derrubada de Fulgencio Batista, comandando a tomada do Regimento Columbia. Ele era também um dos homens mais próximos de Fidel.

Cienfuegos / Crédito: Divulgação

Uma das características mais marcantes de Camilo, além do chapéu de vaqueiro e a robusta barba negra, era sua defesa da liberdade e da autonomia popular, confrontando qualquer projeto autoritário. Talvez seja por isso que alguns opositores do governo castrista acreditam que Cienfuegos teria sido assassinado. 

O acidente

De acordo com um comunicado oficial, Castro designou Cienfuegos para uma missão em Camagüey, Cuba, com o objetivo de prender o líder revolucionário Huber Matos. Após a missão e a volta para Havana, Cienfuegos retornou à cidade num bimotor dirigido pelo tenente Luciano F. Rodriguez.

No retorno à capital, o avião Cessna, que saiu de Camagüey às 18h01m, nunca chegou ao destino: teria caído no mar, fazendo com que os destroços e os corpos nunca fossem encontrados. A tragédia, segundo tal versão, teria sido ocasionada por uma tempestade que intermediou o voo de Camilo.

Pela ilha de Cuba, circulam algumas versões alternativas sobre a morte de Cienfuegos. Segundo alguns relatos, no dia do acidente, o céu estava limpo no norte no país, tornando suspeita a versão da tempestade. Também é delatada uma falta de acessos de comunicação com o tráfego aéreo cubano por parte de Camilo ou de Luciano, que era um piloto extremamente experiente, principalmente naquele modelo de avião.

Além do mais, o fato de que Camilo foi um defensor da democracia e tinha conflitos com a forma como Castro detinha o poder no governo revolucionário realça a possibilidade de uma conspiração por parte do presidente cubano.

Os líderes rebeldes, depois opositores do governo de Castro, Huber Matos e Carlos Franqui, também lançaram teorias conspiratórias sobre o ocorrido.

Segundo Matos, o destino de Camilo já estava selado por Castro quando foi enviado para prendê-lo, em Camagüey. Isso porque a equipe de 20 homens do governo estava em grande desvantagem militar em relação à resistência de Matos.

O mesmo relata que, durante todo o movimento de prisão de Huber, Camilo se posicionava contra aquele tipo de ação, questionando as ordens de Fidel. Era pra Camilo ter sido morto em sua primeira viagem a Camagüey.

Segundo Franqui, que concorda com a versão de Matos com ressalvas, o principal motivo do assassinato de Cienfuegos por Castro foi o fato de que a popularidade do revolucionário só crescia, o que poderia ser uma ameaça a Fidel.

Camilo era amado pelo povo cubano, que se identificava com ele e o queria como líder. Ele também explica que não existe qualquer prova que fundamente a versão oficial da morte.

Ainda existem versões mais conspiratórias, com menos crédito, que apontam para possíveis outros mandatários do assassinato: um acidente encomendado pelo governo dos EUA, ou mesmo que Camilo teria forjado sua morte para fugir de Cuba.


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