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Matérias / Personagem

Ajudou nazistas e deu nome à Síndrome: A história de Hans Asperger

Conheça a trajetória de Hans Asperger, pediatra austríaco

Fabio Previdelli Publicado em 10/05/2021, às 18h00 - Atualizado em 24/03/2022, às 11h44

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Fotografia de Hans Asperger - Divulgação/Herwig Czech/Molecular Autism
Fotografia de Hans Asperger - Divulgação/Herwig Czech/Molecular Autism

Em abril de 2018, um artigo escrito pelo historiador médico Herwig Czech no periódico Molecular Autism colocou em xeque um importante pediatra austríaco que foi pioneiro nos estudos do autismo, segundo explica matéria do TILT, do UOL. 

Isso porque, Czech diz que Hans Asperger “cooperou ativamente” com um programa nazista que desencadeou a morte de dezenas de crianças com deficiência. No artigo, Herwig diz que o médico levou vários desses pacientes para a clínica Am Spiegelgrund de Viena, notório centro médico nazista no qual cerca de 88 crianças morreram depois de serem submetidas a injeções letais ou o uso de gás. 

Médico nazista Hans Asperger durante consulta com uma criança / Crédito: Wikimedia Commons

A conclusão ocorreu depois que o historiador analisou diversos arquivos do pediatra, o que inclui até mesmo documentos pessoais e registro de seus pacientes. Com isso, Herwig diz que Hans não se afiliou ao partido nazista, porém, ainda assim, se juntou a grupos e “legitimou publicamente diretrizes de higiene racial”. 

"Asperger conseguiu se acomodar ao regime nazista e foi recompensado por suas afirmações de lealdade com oportunidades na carreira", completa o pesquisador em trecho do estudo. 

Ainda assim, seu levantamento acrescenta que nenhum ponto permite crer que o trabalho de Hans sobre o autismo tenha sido afetado por isso. Conforme explica o UOL, Asperger descreveu um grupo de crianças como “psicopatas autistas” pela primeira vez em 1938. 

Mas tarde, porém, a Síndrome de Asperger — uma forma mais leve do autismo que faz com que suas vítimas tenham um desempenho relativamente mais alto — foi batizada em sua homenagem.  

Sabe-se também que, após a Áustria ser anexada pela Alemanha, em 1938, a faculdade de medicina de Viena passou a ficar repleta de ideólogos nazistas, que lotavam as fileiras das salas de aula e centros de estudo, como explica o TILT. 

Documento do Partido Nazista que considera Asperger como alguém que "estava em conformidade com as leis raciais e de esterilização nacional-socialistas"/ Crédito: Divulgação/Herwig Czech/Molecular Autism

Nesse período, Herwig diz que Hans chegou a tentar provar sua lealdade a ideologia nazi realizando palestras públicas, onde declarou sua obediência a pontos ligados a medicina hitlerista, como a “higiene racial”, afirma o pesquisador no estudo. Além disso, ele também marcava a saudação “Heil Hitler” em relatórios que despachava. 

Por conta disso tudo, Czech chegou a participar de uma comissão, que avaliou a condição de mais de 200 pacientes que viviam em um lar de crianças com deficiência mental. Deste número, 35 delas teriam sido consideradas “ineducáveis” e, consequentemente, enviadas para Spiegelgrund, onde foram mortas.  

"O programa (de eutanásia infantil) serviu ao objetivo nazista de projetar eugenicamente uma sociedade geneticamente 'pura' por meio da 'higiene racial' e da eliminação de vidas consideradas um 'fardo' e 'indignas da vida'", declarou Czech e os outros autores do estudo em um comunicado.


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