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Matérias / Idade Média

Moradores de aldeia medieval tinham uma estranha tática para impedir que mortos ressuscitassem

O vilarejo de Wharram Percy, na Inglaterra, tem sepultamentos cujos corpos revelam uma atípica prática da época

André Nogueira Publicado em 04/01/2020, às 09h00

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Imagem ilustrativa de um zumbi - Getty Images
Imagem ilustrativa de um zumbi - Getty Images

Um caso instigante do período medieval é a pequena aldeia de Wharram Percy, na Inglaterra, lugar onde um hábito bizarro marcou a relação entre a vida e a morte: lá, os mortos eram mutilados para que não retornassem à vida.

Trata-se de uma comunidade de floresta localizada nas colinas baixas de Yorkshire Wolds. Lá, existem remanescentes materiais concentrados que datam, pelo menos, do século 10, aparecendo no censo Domesday Book com o nome de Warron.

Porém, arqueólogos apontam que a região, mesmo antes da fixação no século 10, era frequentada desde a pré-história. Muito do passado deste lugar singular foi perdido com o tempo, mas a arqueologia está trabalhando para reaver esses dados. Graças à fotografia aérea, padrões de grama irregular foram notados, o que possibilitou escavações e levantamentos geofísicos mais focados e planejados.

Igreja de São Martinho / Crédito: Reprodução

De pequeno porte, a aldeia possuía apenas duas casas senhoriais e cerca de 35 propriedades, apertadas entre um vale e uma encosta. Isso moldou a forma como as casas de madeira eram construídas, em estruturas alongadas com poucas subdivisões.

Os pesquisadores que analisaram Wharram Percy chegaram à conclusão de que havia a prática de destruir os corpos sepultados para impedir seu retorno como assombrações entre os séculos 11 e 14. Essa é uma prática antiga contra o retorno dos cadáveres numa visão mítica de mundo.

Dez restos desse período foram desenterrados para estudos e todos estavam desmembrados ou decapitados, com marcas nos esqueletos. Desses, 137 apresentavam marcas de esfaqueamento. 

Corpo mutilado / Crédito: Reprodução

Atualmente, a região é ocupada por ruínas da época e uma grande igreja abandonada, que era dedicada a São Martinho. Medievalistas consideram que este é um dos assentamentos mais bem preservados da Idade Média, possibilitando um grande número de pesquisas.

Isso porque, após sobreviver a invasões de reis como Guilherme I e quase ser destruída pela Peste, a cidade chegou a seu fim no século 16, quando foi abandonada, deixando em funcionamento apenas a Igreja. Em 1870, finalmente, a igreja foi abandonada pela construção de outra em Thixendale, fazendo de Wharram Percy uma ruína do passado.


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