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Matérias / Personagem

Alfred Douglas, a vida infeliz do grande amor de Oscar Wilde

O homem enfrentou o pai e a esposa do companheiro para provar um amor — e depois tornou-se o que jurava condenar

Wallacy Ferrari Publicado em 09/07/2020, às 09h52

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Retrato fotográfico de Alfred Bruce Douglas - Domínio Público
Retrato fotográfico de Alfred Bruce Douglas - Domínio Público

Nascido no condado de Worcestershire em 22 de outubro de 1870, o jovem Alfred Bruce Douglas era pouco conhecido pelo seu nome, sendo apelidado como “Bosie”, um sinônimo para “rapazinho”. Seu principal talento era a escrita, onde desenvolveu em colégios tradicionais da Inglaterra, antes de ingressar em Oxford.

Mesmo sem obter o diploma, editou uma revista acadêmica e sentiu-se livre para tomar suas decisões longe das asas dos pais. Tendo um breve namoro com outro estudante, a relação de Alfred com o pai, John Douglas, era estreita pelo preconceito, mas já não lhe devia satisfações. Em 1891, no entanto, a mudança de vida ocorre no seu primeiro encontro com aquele que se tornaria seu principal amante na vida.

Na época com 21 anos, o jovem escritor conheceu Oscar Wilde, com 37 anos. Na época, Oscar já era um dramaturgo conhecido e estava casado com uma moça — união que rendeu dois filhos. Mesmo com os empecilhos sociais, a dupla se envolveu em um relacionamento amoroso, com o jovem se tornando uma das principais figuras na obra do escritor.

Os amantes Oscar Wilde e Lord Alfred Douglas / Crédito: Domínio Público

Problemas familiares

Enquanto ambos se conheciam, a amizade levantava suspeitas do pai de Alfred, que era Marquês de Queensberry, e a esposa de Wilde, Constance Lloyd. John ameaçava deserdar o filho, chegando a iniciar uma perseguição pública contra o novo companheiro. Em um telegrama, o Marquês chegou a dizer que só divorciou da mãe do jovem para não se “arriscar a trazer ao mundo mais criaturas como ele”.

Constance, por sua vez, também se unia para realizar a depredação social de Oscar, acusando o mesmo de ser “impotente” e ter “má formação genital”. Já manifestando interesse no término, a esposa e o pai de Alfred foram peças fundamentais para escarnecer o casal, realizando diversos atos para tornar pública a sexualidade do escritor.

John Douglas costumava ser o mentor e abusado que motivava os episódios homofóbicos; no lançamento de ‘A Importância de Ser Prudente’, ele foi até o evento sem ser convidado, depositando um buquê de tulipas e cenouras em formatos fálicos. Na estreia de outra peça, o Marquês foi além, dando um cartão para o dramaturgo com a inscrição “Para Oscar Wilde, o sodomita", sendo a gota d’água para a paciência do casal.

Os amantes Oscar Wilde e Lord Alfred Douglas / Crédito: Domínio Público

Juntos até onde der

Após a entrega do cartão, Alfred motivou Oscar a processar o sogro por danos morais. O processo público, no entanto, conseguiu levar à tona o fato de que o conhecido dramaturgo tinha "traços de homossexualidade", se tornando um alvo constante de chacota da imprensa. O até então anônimo Alfred se apavorou durante o julgamento, que tomou um rumo distinto do que foi planejado pelo casal.

A propagação dos atos, até então considerado imorais, não só resultou na absolvição do réu, como condenou Oscar, em março de 1895, a dois anos de trabalhos forçados por sodomia. Bosie preferiu fugir para a França, onde a justiça britânica não o alcançaria, e ainda deixou o namorado com todas as despesas processuais.

Wilde até tentou retomar o relacionamento quando a pena foi paga, mas em 1897, foi mal recebido por Alfred em Nápoles. O ato resultou no término do relacionamento, com extrema chateação do dramaturgo, registrada em obras posteriores. O jovem se retraiu e fez questão de apagar o passado, se convertendo ao catolicismo e condenando a homossexualidade.

No início do século 20, se transferiu para os Estados Unidos, onde passou a condenar Oscar e outras autoridades inglesas notáveis, sendo preso e processado diversas vezes por difamação. Também se casou com uma mulher rica, manifestando puramente interesse financeiro, e divorciou dez anos depois. Morreu aos 74 anos de idade, vítima de insuficiência cardíaca, em 22 de março de 1945.


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