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Matérias / Esportes

Atleta em fuga: o bizarro desaparecimento de Barret Robbins, que mudou o Super Bowl

Em 26 janeiro de 2003, Oakland Raiders e Tampa Bay Buccaneers se enfrentaram pelo Super Bowl XXXVII. Porém, na véspera da partida, um insólito acontecimento mudou os rumos da decisão

Fabio Previdelli Publicado em 07/02/2021, às 00h00

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O center Barret Robbins - Getty Images
O center Barret Robbins - Getty Images

A semana que antecede o Super Bowl, nunca é uma semana qualquer. Um dos maiores eventos da história do esporte pode fazer qualquer atleta de elite sentir a pressão que uma decisão como essa impõe.

A marcação acontece muito antes de a partida começar, com dias seguidos de sessões de  mídia, entrevistas, anúncios publicitários e, obviamente, a preparação para o grande jogo.  

Quando chega o sábado, finalmente, as equipes já têm seus planos de jogo definidos e só aguardam o pontapé inicial no dia seguinte. Assim, o que resta para os atletas é tentar espairecer e descansar.  

Porém, para Barret Robbins, a véspera do Super Bowl XXXVII, realizada em San Diego, em 26 de janeiro de 2003, que colocaria frente a frente o Oakland Raiders — time pelo qual ele atuava — e o Tampa Bay Buccaneers, era um momento único para ele ficar bêbado.  

Fuga inesperada

Depois de cumprir o toque de recolher das 23 horas da sexta-feira anterior ao SB, Robbins, que atuava como Center — chegando, inclusive, a fazer parte do time selecionado para o Jogo das Estrelas —, pulou de sua cama e iniciou sua jornada inesperada de fanfarra.  

Diagnosticado com depressão quase uma década antes, enquanto estudava na Texas Christian University, o atleta entrou em um carro com homens que mal conhecia e, juntos, deixaram o hotel La Jolla Hyatt, onde a equipe estava hospedada.  

Por sua saída repentina, ele acabou perdendo não só o café da manhã com seus colegas, como também a última sessão de avaliação da equipe, que foi realizada no período da tarde.

“Pegamos o ônibus e esperamos um pouco”, lembra o atacante Barry Sims durante entrevista ao Sports Uncovered Podcast. "E não consegui encontrá-lo. E foi realmente surreal estar lá fora fazendo visitas e, você sabe, sentindo falta do nosso cara. Sentindo falta do nosso centro do Pro Bowl." 

Os Raiders não tinha ideia de onde Barret havia se metido. Inclusive, eles chegaram a levantar a hipótese de que o center do time poderia ter sido sequestrado. O executivo da equipe, Bruce Allen, se lembra de temer pela vida de B-Robb e chegou a informar a NFL, que contratou agências para investigar o caso.  

O paradeiro  

Se por um lado sua equipe estava preocupada, por outro, o jogador parecia estar tranquilo, mergulhando loucamente em sua farra de devassidão, mal sabendo pronunciar seu nome. O grandalhão de 1,80 metros e 147 quilos rolava por inúmeros bares em torno de San Diego e, até mesmo, por Tijuana, no México.  

A bebedeira ao raiar do dia se estendeu por noite adentro. Barret se envolveu com prostitutas e, em alguns momentos, chegava a chorar de soluçar ao pensar em sua esposa e suas duas filhas.

Segundo testemunhas, seus sentimentos eram tão intensos que, em determinado momento, ele até chegou a pensar em suicídio.  

Quanto mais ele bebia, mais seu ânimo afundava. Com seu paradeiro desconhecido para a comissão técnica, o treinador Bill Callahan teve que fazer mudanças de última hora no plano de jogo, abandonando o jogo terrestre de velocidade e apostando em uma estratégia com mais lançamentos.  

Dura realidade 

Com a farra rolando solta, não demorou muito para B-Robb se separar da realidade e de suas obrigações profissionais. “Achei que estava ciente de tudo [o que estava acontecendo], mas não”, lembra em uma entrevista que concedeu em 2011 ao NBC Sportas Bay Arena. “Eu não fui capaz de fazer as coisas certas para conseguir ... você sabe ... eu não sei. Acabei de tomar algumas decisões ruins, obviamente. ” 

Passado todos esses anos, Robbins, até hoje, não consegue contar para onde foi, quando foi, ou até mesmo com quem estava. As únicas coisas que se sabem daquele momento é que: ele passou o dia bebendo e que o primeiro membro dos Raiders que o encontrou foi seu companheiro de equipe Calvin Branch, que o colocou em um táxi de volta para o La Jolla Hyatt.  

Quando Robbins voltou ao hotel no sábado à noite — após uma ausência de aproximadamente 14 horas — ele estava inconsciente, não sabia onde estava e até chegou a murmurar algo sobre os Raiders terem vencido o Super Bowl daquele ano. “Ele me disse que estava animado por termos vencido o jogo”, lembra Allen

Fora de jogo 

Assim, imediatamente, Barret foi levado para ser examinado pelo doutor Robert Albo, que percebeu logo de cara que o atleta estava intoxicado, porém, não sabia até que ponto — se era somente por ingerir álcool ou se tinha alguma droga no meio dessa mistura. Com isso, B-Robb saiu da lista dos jogadores “em dúvida” e passou para lista dos que estavam “fora” do jogo.  

Depois da avaliação de Albo, o jogador foi internado em um hospital onde ficaria sob observação. Robbins passou o Super Bowl de domingo em um hospital não revelado. Na ocasião, os Raiders perderam o jogo por 48 a 21 e seus companheiros ficaram divididos entre se irritarem e se preocuparem. Alguns se sentiram traídos pelo papel que o melhor jogador de linha da equipe prestou.  

Meses depois, na véspera de Natal de 2004, Barret foi preso por socar um segurança que tentou impedi-lo de ir a um bar no Hotel Sir Francis Drake, em San Francisco. Em 15 de janeiro de 2005, Robbins foi baleado três vezes durante uma briga com a polícia em Miami Beach, e posteriormente foi acusado de tentativa de homicídio.  

Sob um acordo de confissão, B-Robb se declarou culpado de cinco acusações, incluindo a acusação de tentativa de homicídio, e foi condenado a cinco anos de liberdade condicional, além disso, recebeu tratamento para seu transtorno bipolar e para largar o vício do álcool.

O atleta passou a maior parte da última década na prisão ou em instalações de reabilitação devido a problemas com o abuso de substâncias.


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