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Matérias / Personagem

Geli Raubal, a meia-sobrinha de Hitler que despertou uma paixão desenfreada no ditador

Em um romance controverso, o ditador teria perdido a cabeça pela filha da própria irmã

Fabio Previdelli Publicado em 12/10/2019, às 08h00

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Domínio Público
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Além da mulher com quem ele morreria, havia outra que defenderia o Führer até o fim. Eles cresceram juntos. Ela era sua governanta e mãe de seu incestuoso interesse amoroso.

Angela Hitler era a meia-irmã mais velha de Adolf Hitler. Nascida em 28 de julho de 1883, em Braunau, na Áustria-Hungria, era filha de Alois Hitler e Franziska Matzelberger, sua segunda esposa. Além dela, o casal teve outro filho, Alois Hitler Jr., que nasceu um ano antes de sua irmã.

Ela perdeu sua mãe muito cedo, logo aos dois anos, vítima de uma tuberculose. E pouco tempo depois viu seu pai se casar com Klara Pölzl, em 1885. A relação gerou seis frutos, mas somente dois sobreviveram na idade adulta: Adolf e Paula.

Angela Hitler / Crédito: Wikimedia Commons


No controverso Mein Kampf, Adolf descreve que vivia uma vida pacífica e tranquila, e que seus pais cuidavam deles com amor e carinho. No entanto, outras evidências mostram o contrário. Supostamente, Alois esperava uma obediência absoluta de seus filhos, e o diário conjunto de Angela e Alois Jr. descreve a família como disfuncional e violenta.

Desde de muito nova, Angela se tornou próxima de futuro ditador, apesar dela achar que ele era muito mimado. Mesmo que Paula fosse sua irmã de pai e mãe, os laços de Adolf e Angela eram declaradamente mais fortes.

A mais decente 

De acordo com o relatório contemporâneo do psicanalista Walter C. Langer sobre a família do Führer, Angela sempre demonstrou ser “a mais normal da família e, o que todos os relatos indicam, ela era uma pessoa descente e trabalhadora”.

Apesar do sobrenome famoso e de ter importante papel na vida de um dos homens mais odiados da história, as informações sobre a vida de Angela são incompletas e as fontes escassas.

Porém, sabe-se que ela se casou com Leo Raubal cobrador de impostos na cidade de Linz, em 1903, no mesmo ano em que se pai veio a falecer. Juntos, eles tiveram três filhos: Leo Rudolf Raubal, Angela (Geli) Raubal e Elfriede (Friedl) Raubal.

Sete anos depois, Angela ficou viúva e se tornou a única responsável pelo cuidado de seus filhos. Sua atividade durante a Primeira Guerra não é clara. Nesse ponto, parece que ela, em parte, perdeu o contato com seu meio-irmão Adolf. Após o confronto, ela se mudou para Viena.

Nessa parte da história, há uma pequena controvérsia sobre seu trabalho na cidade. Alguns historiadores acreditam que ela atuou como governanta em um convento escolar, mas a maioria acredita que ela gerenciou a Mensa Academia Judaica, uma pensão para estudantes judeus.

Walter Langer acredita que “Angela defendeu os estudantes judeus de ataques e, em várias ocasiões, espancou estudantes arianos nos degraus da sala de jantar”. Ele descreve Angela como “uma camponesa grande e muito forte, que era capaz que participar ativamente de qualquer atividade”.

O amor entre Hitler e a filha de sua meia-irmã

Adolf voltou a Munique após a Primeira Guerra Mundial e, aos 33 anos, tornou-se o líder do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. Após quase 10 anos em que ficaram distantes, eles se reencontraram quando o Führer a visitou em Viena. Alguns anos depois, em 1924, ela foi visitá-lo enquanto ele estava preso em Landsberg.

Em 1928, Adolf convidou Angela e seus filhos, Geli e Elfriede, para morar em seu retiro nas montanhas, a Haus Wachenfeld Obersalzberg. Na qual ela trabalharia como governanta. Ela, eventualmente, aceitou o convite para administrar a casa do Führer.

Nessa época, Geli tinha 17 anos e se tornara uma jovem bonita e encantadora. Adolf, a quem ela carinhosamente se referia como “tio Alfie”, imediatamente se apaixonou pela moça, a quem ele a levava a cafés e pagava por suas aulas de música. Instantaneamente, ela se tornou a preferida, famosa e bajulada como consorte de um líder político em ascensão.

Geli Raubal / Crédito: Wikimedia Commons


Depois de dois anos, a pedido de seu meio irmão, Angela mudou-se para a casa maior de Adolf. Ele pediu para que Geli ficasse com ele e se mudasse para seu luxuoso apartamento em Munique.

Não se sabe se sua aceitação foi coagida ou feita por livre arbítrio; no entanto, Geli aceitou a proposta e o Führer se tornou cada vez mais controlador de todos os aspectos da vida da moça. O relacionamento dos dois está envolto em mistérios, mas os rumores sugerem que eles tiveram “um caso de amor proibido, escandalosos encontros sexuais e um relacionamento cheio de ciúmes”.

Adolf se tornou possessivo pelos constantes flertes que sua linda meia-sobrinha recebia.  Aos 23 anos, decidiu que viajaria para Viena, mas Adolf se recusou a deixá-la sair.

Em 19 de setembro de 1931, a menina foi encontrada morta em seu apartamento. Uma bala estava alojada em seu peito e a suposta arma de Hitler estava ao seu lado. A morte foi registrada como suicídio, embora nenhum inquérito tenha sido feito na época.

Após a morte de sua filha, Angela Hitler sugeriu que o episódio pudesse ser “um assassinato, ou então um suicídio por forte compulsão”. Entretanto, ela jamais acusou Adolf diretamente. Muito pelo contrário, ela até insistiu que ele “estava determinado a se casar com Geli”.

Ela continuou a trabalhar para seu meio-irmão por um curto período de tempo. Acabou se mudando para Dresden e, em 1936, se casou pela segunda vez, tornando-se Angela Hammitzsch. O relacionamento não gerou nenhum outro filho para ela. A união não era do agrado de Adolf e passou a se referir a mulher de maneira formal como Frau Hammitzsch.

Entretanto, Angela era uma das únicas pessoas na família com quem Adolf se comunicava durante a Segunda Guerra. Pouco se sabe sobre como era o relacionamento dos dois durante esse período, mas o que se tem registros é de após o ataque aéreo britânico-americano a Dresden, em 1945, Adolf providenciou que Angela fosse transferida para Berchtesgaden, para mantê-la protegida de uma possível captura soviética.

Seu segundo marido cometeu suicídio em 1945, logo após a derrocada alemã, deixando Angela novamente viúva. Depois da morte de Adolf, Angela receberia uma pensão mensal do Führer, mas não se tem registros se ela realmente recebeu algo.

Mesmo após sua morte, Adolf Hitler continou sendo defendido por suas irmãs Paula e Angela / Crédito: Wikimedia Commons


Assim como sua irmã mais nova, Paula Hitler, ela defendeu Adolf. Insistiu que nem ela e nem Adolf sabiam nada sobre o Holocausto, permanecendo leal a seu amado meio-irmão até o fim, quando sofreu um derrame aos 66 anos em Hanover, em 30 de outubro de 1949.


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