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Matérias / Brasil

Herança de guerra: Entenda como a Guerra do Paraguai transformou o Exército brasileiro

Da Cavalaria Gaúcha aos Voluntários da Pátria: conheça os primórdios do exército

Fabiano Onça Publicado em 25/01/2021, às 09h00

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Pintura da Guerra do Paraguai - Wikimedia Commons
Pintura da Guerra do Paraguai - Wikimedia Commons

No início do conflito, a onda inicial de entusiasmo da população em se alistar gerou o decreto número 3.371, de 7 de janeiro de 1865, criando os corpos de Voluntários da Pátria. Entretanto, a desorganização e a falta de estrutura contribuíram para que as epidemias de tifo, sarampo e bexiga dizimassem as tropas brasileiras.

As barracas dos soldados, que foram compradas da França e feitas para a Guerra da Criméia, não suportavam a umidade e o frio. A evasão de recrutas, conforme informação de Vitor Izecksohn, historiador, chegava a 30%.

Apenas com a chegada do duque de Caxias, em outubro de 1866, é que o exército foi reestruturado em bases mais profissionais, o que incluía medidas como a adoção de um sistema de evacuação dos feridos e outro de abastecimento de munições e víveres.

Cavalaria gaúcha

Antonio Garibaldi, em 1860, em suas memórias, descreve a cavalaria gaúcha como “a melhor do mundo”. As tropas, acostumadas a cavalgar desde crianças e muitas vezes nas milícias da Guarda Nacional, promoviam cargas de cavalaria, utilizando lanças e sabres como armas principais. Eram confiáveis desde que servissem na cavalaria – e não na infantaria ou artilharia.

Voluntários da pátria

Os Voluntários da Pátria eram corpos formados por voluntários das mais diversas províncias e classes sociais. Recebiam incentivos que não eram oferecidos aos soldados regulares, como soldo maior, pensões e terras para os veteranos e tempo de serviço reduzido – dispensa logo após o fim do conflito, em contraste com soldados regulares, que tinham que servir por até nove anos.

Soldado de linha brasileiro

O exército brasileiro era formado, em parte, por pessoas recrutadas à força, geralmente pobres, mendigos e negros libertos. Era comum usar correntes para levar os voluntários até a corte para evitar a deserção. O equipamento não passava de um mosquetão Minié, duas camisas, sabre-baioneta, marmita, cantil e cinturão para alojar a munição.

Soldado paraguaio

A despeito de ser o exército mais bem preparado para o conflito, um dos maiores problemas dos paraguaios, principalmente na fase final da luta, era a falta de homens. Assim, era comum o recrutamento de adolescentes para preencher as fileiras.