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Matérias / Rússia

Antes da execução: Como foi o exílio dos Romanov?

Na Casa Ipatiev, palco de seu trágico fim, os membros da família ficaram isolados do mundo e só podiam visitar um jardim cercado

Isabela Barreiros Publicado em 23/11/2020, às 17h17 - Atualizado em 19/11/2021, às 09h00

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A última família imperial russa, os Romanov - Domínio Público
A última família imperial russa, os Romanov - Domínio Público

O assassinato da família imperial russa é conhecido e sua história é amplamente repercutida até os dias de hoje. O fuzilamento que aconteceu na Casa Ipatiev, na Sibéria, naquela madrugada do dia 17 de julho de 1918, continua sendo lembrado e existem até teorias para os supostos sobreviventes do evento.

No entanto, o czar Nicolau II, sua esposa Alexandra e seus cinco filhos, Olga, Tatiana, Maria, Anastásia e Alexei passaram um período considerável em exílio, antes de serem mortos pelos bolcheviques. E até mesmo no começo, quando os revolucionários tinham acabado de assumir o poder, eles não sabiam muito bem o que fazer com os membros da realeza. 

Mantê-los vivos poderia fazer a família funcionar como moeda de troca para a saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial. Havia um porém: a sua própria existência era um símbolo da monarquia do país. 

A família Romanov em imagem colorizada / Crédito: Divulgação/Klimbim

A situação oposta também trazia contradições. Caso matassem Nicolau e sua família, atrairiam ainda mais os olhares internacionais para a região, o que poderia causar uma invasão estrangeira. Era exatamente isso que os bolcheviques estavam tentando evitar.

Eles pareciam divididos: alguns queriam que eles ficassem vivos e fossem julgados por seus crimes, como parte da monarquia; e outros desejavam que eles fossem simplesmente mortos, considerando sua imagem forte demais para permanecer na ativa. Ainda assim, os líderes demoraram para tomar uma decisão sobre o caso.

Quando Nicolau deixou de ser o czar da Rússia, em 22 de março de 1917, ele foi enviado junto com sua família para o Palácio de Alexandre em Tsarskoye Selo. começava o fim do Império Russo e os Romanov foram submetidos a uma prisão domiciliar, confinados em seus quartos e vigiados 24 horas por dia. 

Isso não durou muito. Pouco tempo depois, sob alegadas preocupações com sua segurança, eles foram levados para a cidade de Tobolsk, a leste dos Montes Urais. Lá, os Romanov passaram a morar na mansão do ex-governador e pareciam estar tranquilos com a situação.

Nicolau, por exemplo, apreciava a vida rural, que tinha um ar livre muito diferente dos seus dias como czar, essencialmente estressantes. A família pôde levar muitos itens pessoais, como seus álbuns de fotos, e ainda tinha muitas pessoas trabalhando na casa para o seu conforto — eles tinham 39 empregados no total.

Durante todo esse período, imaginavam que poderiam sobreviver ao ódio da maioria dos bolcheviques, e que iriam futuramente para a Inglaterra, com o intuito de viver seu exílio com seu primo britânico, o rei George V. Existia ainda outra possibilidade para o seu final feliz: um exílio na propriedade na Crimeia.

Casa Ipatiev, onde a família Romanov viveu seus últimos momentos / Crédito: Wikimedia Commons

Na verdade, tudo isso não passava de uma ilusão e eles logo foram trazidos para a realidade, quando tudo começou a ficar mais complicado para a família. O ex-czar não poderia mais usar dragonas, por ordens das autoridades revolucionárias, e suas filhas eram perseguidas e ameaçadas na propriedade.

Eles foram também obrigados a se adaptarem a um regime de rações, tendo que dividir a comida com mais 10 criados e não comendo manteiga nem bebendo café. Isso, porém, ainda era pouco comparado ao que passariam mais tarde. 

Eles não tinham mais espaço na Rússia que os bolcheviques estavam tentando construir e esse fato ficava mais claro a cada mudança de local dos Romanov. Depois do palácio, eles encontraram na Casa Ipatiev, também conhecida como Casa da Proposta Especial, na Sibéria. 

Eles passaram 78 dias no local antes de serem executados. Ao longo desse tempo, todos os membros da família imperial, mais alguns poucos funcionários, ocuparam quatro quartos no total, todos no piso superior. Enquanto isso, os guardas estavam no térreo para garantir que eles não iriam fugir. 

Local de execução / Crédito: Getty Images

Eles poderiam visitar o jardim fechado da casa, fazendo exercícios diários no local cercado. E era apenas isso: as janelas dos quartos foram até mesmo pintadas para que eles ficassem isolados do resto do mundo. Isso também se mostrou na construção de uma cerca alta de madeira na frente da casa, o que a isolou da rua. 

Todas essas circunstâncias apontaram para o assassinato da família, que foi morta na noite de 17 de julho de 1918 em uma sala minúscula da casa. Eles foram executados a tiros pelo esquadrão da polícia secreta soviética.


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