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Antes sem vida, hoje cartão postal: Como se deu a despoluição do Tâmisa?

Em 1957, o rio foi dado como biologicamente morto, o que motivou o início de diversos esforços para recuperar suas águas

Pamela Malva Publicado em 22/06/2021, às 18h00

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Fotografia de barcos no rio Tâmisa - Getty Images
Fotografia de barcos no rio Tâmisa - Getty Images

Com quase 1,2 mil quilômetros de extensão, o Rio Tietê é um dos mais famosos de São Paulo, mas também lidera o ranking das águas mais poluídas do Brasil, de acordo com o IBGE. Não é à toa que as promessas de limpeza de suas margens são feitas desde 1992.

Em mais um capítulo dos esforços para revitalizar tanto o Rio Tietê, quanto o Rio Pinheiros, o governador João Dória afirmou, em junho de 2019, que iria limpar ambos os aquíferos em apenas 8 anos, segundo reportagem feita pela RedeTV na época.

As promessas foram feitas no Dia Internacional do Meio Ambiente, enquanto João Dória e o então prefeito Bruno Covas acompanhavam os testes dos Ecoboats, barcos coletores de resíduos flutuantes, que limpavam as águas do Rio Pinheiros. No novo plano do governador, esse rio deve estar limpo até dezembro de 2022.

Quanto ao Rio Tietê, Dóriase comprometeu a despoluir e recuperar as margens das águas até 2026. O problema é que os gastos com a limpeza dos rios custam milhares de reais por ano, sendo que, apenas no primeiro semestre de 2019, foram investidos mais de R$ 3 milhões no plano, de acordo com a Empresa Metropolitana de Águas e Energia.

Inundação dos rios Tietê e Pinheiros, em São Paulo / Crédito: Getty Images

Águas internacionais

Acontece que, assim como o Rio Tietê, que já não abriga animais há muitos anos, outro rio bastante famoso vivia poluído e sem qualquer fauna. Com 346 km de extensão, o Rio Tâmisa é um cartão postal para os ingleses, mas ficou esquecido durante muitos anos.

Tamanha era a poluição das águas do Tâmisa que o Museu de História Natural de Londres chegou a declarar o rio como biologicamente morto, em 1957, segundo a BBC. Jornais da época o classificavam como uma "sarjeta mal-cheirosa".

Muito além de qualquer descuido, contudo, os problemas do Tâmisa iam muito além do descarte inconsciente da população. Durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, bombardeios alemães destruíram os sistemas de esgoto ingleses, todos datados do século 19, o que poluiu ainda mais as águas do rio.

Imagem meramente ilustrativa de lixo no mar / Crédito: Divulgação/Marinha do Brasil

Ajuda necessária

Demorou muito até que os britânicos percebessem o estrago que havia sido feito no Tâmisa e resolvessem fazer alguma coisa a respeito. As primeiras medidas, por exemplo, foram tomadas apenas na segunda metade da década de 1960.

Naquela época, esforços estatais investiram na melhora do saneamento básico da capital. Com isso, as águas do Tâmisa voltaram a registrar índices de oxigênio que contribuíram para que, no futuro, animais voltassem a viver na região.

Mais tarde, entre os anos 1970 e 1980, pautas de conscientização ambiental passaram a tomar conta dos debates da população. No legislativo, uma lei mais rigorosa decidiu controlar e reduzir o uso de substâncias pesticidas e fertilizantes nas plantações da região, que eram levados até o Tâmisa pelas águas das chuvas.

Barcos atracados no Rio Tâmisa / Crédito: Getty Images

Intervenção

A população, é claro, também fez parte da despoluição do Tâmisa. Segundo o especialista em ecologia aquática David Morrit, da Universidade de Londres, hábitos de consumo mais conscientes ajudaram a reduzir os metais nas águas, por exemplo.

Ouvido pela BBC, o profissional afirmou que um fato que ilustra essa teoria é a falta de prata na região. Anteriormente usado na revelação de fotografias, o metal deixou de ser despejado no meio ambiente com o advento das fotos digitais.

Com essas e outras alterações, então, os peixes, pássaros e animais maiores, como focas e golfinhos, voltaram a viver e perambular pelo Tâmisa. Em 2015, ainda de acordo com a BBC, o rio já contava com 125 espécies de seres vivos.

Animais nas margens do Rio Tâmisa, na Inglaterra / Crédito: Getty Images

Convite para o futuro

O problema agora, segundo especialistas, é outro. Ainda que o rio tenha se tornado o habitat de diversos animais, ele ainda é uma rota marítima e turística bastante famosa da Inglaterra e, por isso, é constantemente frequentado por seres humanos.

Graças a passagem de barcos e navios em suas águas, portanto, o Tâmisa sofre com a ameaça dos resíduos plásticos descartados na área. Desde embalagens de cigarros até hastes de cotonetes, são lixos que acabam poluindo toda a extensão do cartão postal.

Questionada pela BBC em 2015, a companhia Thames Water, responsável por cuidar do sistema de abastecimento e dos esgotos de Londres, afirmou que já removeu mais de 25 mil toneladas de detritos de seu próprio sistema de tratamento.

Agora, para muitos especialistas e ambientalistas, a Inglaterra precisa continuar lutando pelo Tâmisa, que passou de um aquífero morto e esquecido, para um dos mais famosos pontos turísticos do mundo, com uma fauna graciosa e cheia de vida.


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